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ELEIÇÃO NOS EUA/ MUDANÇA DE RUMO
Bush apressa as votações antes do novo Congresso
Entre os textos há o que autoriza a escuta telefônica sem autorização judicial
Casa Branca também quer
que senadores aprovem a
nomeação de embaixador
ONU; ele foi indicado por decreto há 15 meses
DA REDAÇÃO
O presidente George W.
Bush quer submeter às pressas
ao atual Congresso, em que os
republicanos ainda são majoritários, projetos como o que legalizaria a escuta telefônica e o
rastreamento de e-mails sem
autorização judicial.
Os deputados e uma parte
dos senadores terminam a
atual legislatura em dezembro.
Nas eleições da última terça os
republicanos perderam a maioria na Câmara e no Senado. A
Casa Branca terá maiores dificuldades em aprovar suas leis.
Bush também quer aprovar a
indicação de John Bolton como
embaixador americano nas Nações Unidas e a nomeação de
Robert Gates, sucessor de Donald Rumsfeld no Pentágono.
A aprovação de Gates deverá
ser a única iniciativa bem-sucedida nesse curto período de
sessões. A escuta telefônica e o
caso de Bolton -nomeado por
decreto no recesso parlamentar do verão de 2005- são bem
mais problemáticos.
A existência da espionagem
telefônica e de mensagens eletrônicas foi revelada pelo "New
York Times". A Agência de Segurança Nacional rastreava comunicações domésticas e aquelas de assinantes de telefone ou
internautas americanos com
algum estrangeiro.
O argumento de Bush era de
que se tratava de uma ferramenta para monitorar o terrorismo, embora, como lembrou
ontem o jornal que descobriu o
mecanismo, o governo não fornecesse nenhuma prova de que
"a ultrajante" iniciativa se associava à prevenção de um novo
11 de Setembro.
O vice-presidente Dick Cheney e o senador republicano
Arlen Specter, que preside até
dezembro a Comissão de Justiça do Senado, redigiram um
projeto que daria amparo legal
a essa forma de espionagem.
Mas o próprio Specter afirmou quarta-feira que as eleições provocaram "um terremoto dentro do Senado" e que as
dificuldades para votar apressadamente o projeto de lei seriam agora bem maiores.
Quanto a Bolton, sua reputação de unilateralista não se
confirmou dentro da ONU.
Mas no Senado a atual bancada
democrata e alguns republicanos o consideram um diplomata no mínimo problemático.
Ele foi acusado de mentir sobre a venda de urânio africano a
Saddam Hussein, que nunca
aconteceu, e tornou-se um adversário dos senadores democratas, que no ano passado obstruíram os trabalhos em plenário para que seu nome não fosse
votado. Com o decreto, Bush
atropelou a oposição.
A Casa Branca contava agora
com senador republicano Lincoln Chafee para levar adiante
a aprovação. Mas ele disse que
o quadro mudou depois de terça, e que não se poderia ignorar
a opinião dos americanos.
Em outro pacote menor, o
Congresso em fim de mandato
deverá garantir ao Executivo o
fluxo de caixa para seu funcionamento até janeiro. Poderá
também aprovar o acesso do
Vietnã na OMC (Organização
Mundial do Comércio).
Não se sabe ainda quais os
obstáculos para que o Senado
ratifique o acordo nuclear que
Bush assinou com a Índia, comprometendo-se a fornecer tecnologia para reatores civis.
Aquele país tem a bomba atômica e não é signatário do Tratado de Não-Proliferação.
Com agências internacionais
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