São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obama diz que "nenhuma crença" justifica massacre em base no Texas

Presidente americano participa de funeral das 13 vítimas de ataque de atirador

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que "nenhuma crença justifica os atos homicidas e covardes" na base militar de Fort Hood. O presidente participou ontem de cerimônia em memória das 13 vítimas do tiroteio da última quinta-feira.
Em discurso durante o funeral, Obama citou nomes e detalhes sobre cada uma das vítimas. Disse que o país garante a liberdade religiosa e a premissa da igualdade de homens e mulheres. Para o presidente, o atirador terá de enfrentar a Justiça "nesta vida e na próxima".
"Somos uma nação de leis cujo compromisso com a Justiça é tão duradouro que cuidamos do atirador e damos a ele o processo devido, assim tão certamente quanto nós veremos que ele pagará pelos seus crimes."
O major Nidal Malik Hasan, acusado de ser o autor dos disparos, permaneceu ontem no hospital. A Comissão de Segurança Doméstica do Senado anunciou que pretende conduzir uma investigação sobre o tiroteio, que começará com audiências públicas na próxima semana. O objetivo é verificar as motivações de Hasan e se as autoridades ignoraram indícios de comportamento violento.
"Os militares têm de estar preparados para detectar sinais de alerta para violência potencial", disse a senadora republicana Susan Collins.
Hasan deverá ser julgado em tribunal militar, segundo oficiais. Agências de inteligência dos EUA detectaram troca de e-mails no ano passado entre Hasan e o imã Anwar al Aulaqi, radical islâmico que condena o país por participar de uma guerra contra muçulmanos. Na época, não houve inquérito do FBI porque não foram encontrados indícios suficientes.
Em junho de 2007, quando atuava como residente em psiquiatria no Walter Reed Army Medical Center, Hasan fez uma palestra para supervisores e para a equipe de saúde mental sobre ameaças que os militares poderiam enfrentar por contar no Exército com muçulmanos em conflito com o fato de estarem lutando em países islâmicos. "Está ficando cada vez mais difícil para os muçulmanos em ação justificar moralmente estarem em um Exército que parece se engajar constantemente contra companheiros muçulmanos", disse.


Texto Anterior: Reforma agrícola: Cuba promete corte de pessoal e cooperativas
Próximo Texto: Susto: Homem invade escola e faz diretor refém por 2 horas em NY
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.