São Paulo, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Washington quer restringir crise à América Central

Avaliação é que proposta dos EUA tem mais chance de prosperar com menos países envolvidos na solução do impasse hondurenho

Arturo Valenzuela evita detalhar a agenda de visita ao Brasil e elogia Argentina por censurar Irã em votação sobre o programa nuclear


SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Os EUA lutam para que a condução da crise hondurenha seja restrita aos países da América Central. Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, recebeu o seu colega de El Salvador e falou com os presidentes de Costa Rica, El Salvador, Guatemala e Panamá.
Com menos países envolvidos, avalia a Chancelaria, é maior a possibilidade de êxito e a chance de que a posição americana prevaleça. Os EUA acham que a tentativa do México de receber o presidente deposto, Manuel Zelaya, foi bem-intencionada, mas outras tentativas semelhantes terão mais chances se tiverem o apoio dos países da região.
"Os presidentes da América Central estão todos buscando uma solução adequada ao golpe de Estado em Honduras", disse Arturo Valenzuela, secretário-assistente para Assuntos do hemisfério Ocidental dos EUA.
Sobre a situação de Manuel Zelaya, o número um da Chancelaria americana para a região disse que os presidentes centro-americanos apresentaram boas propostas, embora não as tenha detalhado. A solução, disse Valenzuela, não passa por um só país, mas por todos da região: "Não quero falar de protagonismo de um ou outro país".
A posição americana está longe de ser consenso entre diplomatas da região. Na avaliação de um deles, que prefere não ser identificado, o imbróglio mostrou que o presidente eleito hondurenho, Porfirio Lobo, tem pouco poder diante do regime golpista.
Isso colocaria em dúvida a capacidade do futuro líder de formar o tal governo de união nacional e a comissão da verdade, dois dos pontos positivos martelados pela Chancelaria americana para justificar seu apoio à eleição.

No Brasil
Valenzuela evitou dar detalhes de sua agenda no Brasil, aonde chega na próxima segunda-feira, mas elogiou a posição de outro país que visitará nos próximos dias -a Argentina- em relação ao Irã. "Estamos felizes com a votação [de condenação] na Agência Internacional de Energia Atômica, sinal de como a Argentina vê a importância e o possível perigo" do programa iraniano.
O Brasil, que recebeu o presidente do Irã recentemente, se absteve de votar.


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