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Washington quer restringir crise à América Central
Avaliação é que proposta dos EUA tem mais chance de prosperar com menos países envolvidos na solução do impasse hondurenho
Arturo Valenzuela evita detalhar a agenda de visita ao Brasil e elogia Argentina por censurar Irã em votação sobre o programa nuclear
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Os EUA lutam para que a
condução da crise hondurenha
seja restrita aos países da América Central. Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, recebeu o seu colega de El Salvador e falou com
os presidentes de Costa Rica, El
Salvador, Guatemala e Panamá.
Com menos países envolvidos, avalia a Chancelaria, é
maior a possibilidade de êxito e
a chance de que a posição americana prevaleça. Os EUA
acham que a tentativa do México de receber o presidente deposto, Manuel Zelaya, foi bem-intencionada, mas outras tentativas semelhantes terão mais
chances se tiverem o apoio dos
países da região.
"Os presidentes da América
Central estão todos buscando
uma solução adequada ao golpe
de Estado em Honduras", disse
Arturo Valenzuela, secretário-assistente para Assuntos do hemisfério Ocidental dos EUA.
Sobre a situação de Manuel
Zelaya, o número um da Chancelaria americana para a região
disse que os presidentes centro-americanos apresentaram
boas propostas, embora não as
tenha detalhado. A solução, disse Valenzuela, não passa por
um só país, mas por todos da região: "Não quero falar de protagonismo de um ou outro país".
A posição americana está
longe de ser consenso entre diplomatas da região. Na avaliação de um deles, que prefere
não ser identificado, o imbróglio mostrou que o presidente
eleito hondurenho, Porfirio
Lobo, tem pouco poder diante
do regime golpista.
Isso colocaria em dúvida a
capacidade do futuro líder de
formar o tal governo de união
nacional e a comissão da verdade, dois dos pontos positivos
martelados pela Chancelaria
americana para justificar seu
apoio à eleição.
No Brasil
Valenzuela evitou dar detalhes de sua agenda no Brasil,
aonde chega na próxima segunda-feira, mas elogiou a posição
de outro país que visitará nos
próximos dias -a Argentina-
em relação ao Irã. "Estamos felizes com a votação [de condenação] na Agência Internacional de Energia Atômica, sinal
de como a Argentina vê a importância e o possível perigo"
do programa iraniano.
O Brasil, que recebeu o presidente do Irã recentemente, se
absteve de votar.
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