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Polícia investiga manifestação em Londres
Violência contra carro que levava príncipe e Camilla provoca choque no Reino Unido
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
O Reino Unido se perguntava ontem: por que a polícia
não consegue conter os protestos dos estudantes? Por
que tanta violência da polícia
e dos universitários? Como
chegaram tão perto do príncipe Charles e de sua mulher,
Camilla Parker Bowles?
A polícia abriu investigação para tentar apurar o que
deu errado anteontem, quando mais um protesto contra o
aumento da anuidade das
universidades resultou em
prédios públicos depredados, cerco ao Rolls-Royce do
príncipe e um estudante com
traumatismo craniano.
O que causou mais surpresa foi o ataque ao carro que
levava o príncipe. Bateram
nos vidros, atiraram tintas e
gritaram "corte as cabeças".
A ação contra a realeza
aconteceu de repente. O casal real ia para um teatro na
região central. Passavam pela rua Regent, onde muitos
faziam compras de Natal.
A princípio, Charles pensou que fossem curiosos e
acenou para eles. Camilla estava com a janela aberta.
Dai Davies, ex-chefe da segurança da família real, afirmou que uma tragédia não
aconteceu por pouco. "Alguns manifestantes tinham
garrafas com combustível. Se
tivessem jogado uma dessas
garrafas contra o carro, um
dos policiais que faziam a segurança teria atirado. Imagina o que seria isso numa rua
lotada de pessoas..."
A polícia e os responsáveis
pela segurança do príncipe
dizem que não houve erro,
que o caminho já havia sido
checado e que o ataque era
impossível de prever.
Mas especialistas em segurança afirmam que foi um erro usar aquele tipo de carro (o
Rolls-Royce não é à prova de
bala) num dia de protestos.
Ao sair do teatro, o casal
real usou um camburão blindado da polícia.
ANTECEDENTES
Essa foi a quarta manifestação de estudantes em um
mês. Eles protestam contra o
projeto do governo, aprovado anteontem na Câmara dos
Comuns, que aumenta o limite que as universidades
podem cobrar dos alunos.
Hoje, está fixado em 3.200
libras por ano (R$ 8.700). Irá
para 9.000 libras (R$ 23.700).
O primeiro protesto, no dia
10 de novembro, reuniu cerca de 50 mil pessoas.
A polícia londrina não esperava tantas pessoas nas
ruas e mandou poucos policiais para monitorá-las.
Resultado: quebraram a
entrada do prédio onde fica a
sede do Partido Conservador.
Os outros dois foram mais
pacíficos. Havia muito mais
policiais e eles utilizaram
uma técnica chamada de
"kettling", quando cercam
os manifestantes e impedem
que eles deixem o local.
Na manifestação de quinta-feira, os estudantes tentaram espalhar os protestos,
tentando impedir o "kettling". Mesmo assim muitos
ficaram contidos na praça do
Parlamento, onde acontecia
a votação do projeto que aumenta as anuidades.
Os estudantes ingleses já
preparam um novo dia de
protesto contra o aumento
das anuidades, que deve
acontecer em janeiro.
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