São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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CASO ELIÁN
Justiça adia retorno de garoto cubano

das agências internacionais

O destino do garoto cubano Elián González, 6, continua indefinido nos EUA. Após o governo americano anunciar que ele seria devolvido a seu pai, em Cuba, uma decisão da Justiça pode mantê-lo por mais tempo no país.
A juíza Rosa Rodríguez, de Miami (sul dos EUA), decidiu que tem jurisdição para decidir sobre o caso Elián, que é disputado pelo pai, que está em Cuba, e por familiares que estão nos EUA. Ela deu a guarda temporária aos tios-avôs de Elián, até decidir a questão.
Uma audiência foi marcada para o dia 6 de março. A juíza contrariou, assim, uma decisão do Serviço de Imigração dos EUA que previa o retorno do menino a Cuba até depois de amanhã.
Justamente por divergir de uma decisão do Serviço de Imigração e Naturalização (SIN) norte-americano, a decisão da juíza Rosa Rodríguez pode causar confusão. O SIN afirma que não tem a intenção de deportar o garoto a força, mas continua trabalhando para devolvê-lo ao pai na data prevista.
"O SIN pode ignorar a decisão da juíza porque um tribunal do Estado não tem jurisdição sobre nenhuma agência federal nem sobre temas de imigração", disse Jan Ting, professor de direito da Universidade de Temple. Mas, por se tratar de questão politicamente delicada, o governo pode optar por seguir a decisão.
Em Havana, 100 mil mães foram convocadas para protestar em frente à representação norte-americana. A marcha foi classificada pelo jornal oficial "Granma" como sem precedentes em Cuba.
Hassan Pérez, presidente da Federação de Estudantes Universitários, uma organização governamental, afirmou que a ordem da juíza foi "ilegal e arbitrária".
"É uma enorme vitória para a Justiça", disse Ramón Saúl Sánchez, presidente do Movimento Democracia, grupo anticastrista com sede nos EUA.
O garoto foi encontrado na costa da Flórida em 25 de novembro, depois que sua mãe e seu padrasto morreram num naufrágio ao tentar chegar aos EUA. Desde então, o retorno ou não a Cuba se tornou um conflito diplomático entre Havana e Washington.


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