São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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Infiltração do Hamas entre civis dificulta invasão

DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM

A batalha urbana na densamente povoada faixa de Gaza envolve novas táticas, adaptação rápida e truques letais.
O Hamas, com treinamento do Irã e do Hizbollah, usou os dois últimos anos para fazer de Gaza um labirinto mortífero de túneis, armadilhas explosivas e sofisticadas bombas de controle remoto. Há armas escondidas em mesquitas, escolas e em residências civis, e a sala de guerra da liderança do movimento fica em uma casamata sob o maior hospital de Gaza, dizem agentes dos serviços de inteligência de Israel.
Os militantes do Hamas estão combatendo em trajes civis; até mesmo os policiais foram instruídos a deixar de lado seus uniformes. Os militantes emergem dos túneis e disparam armas automáticas ou mísseis antitanques e depois voltam a procurar proteção sob a terra.
O Exército israelense também veio preparado. Todos os soldados estão equipados com coletes blindados e capacetes de material cerâmico. As unidades dispõem de cachorros treinados para farejar explosivos e pessoas em túneis.
Para evitar as armadilhas explosivas, eles entram nos edifícios derrubando paredes laterais. Dentro, se movem de sala em sala, abrindo buracos nas paredes internas a fim de evitar exposição a atiradores.
Os israelenses estão usando novas armas, como uma bomba inteligente de pequeno diâmetro, a GBU-39. Ela conta com uma pequena carga explosiva, para minimizar os danos colaterais em áreas urbanas. Mas é capaz de penetrar no solo e atingir casamatas ou túneis.
Funcionários dos serviços de inteligência israelenses estão ligando para moradores de Gaza e, falando árabe, fingem ser simpáticos à causa palestina. Depois de expressar horror diante da guerra, os agentes perguntam se a família apoia o Hamas e se há combatentes do movimento nas cercanias.
Uma nova arma foi desenvolvida para combater a tática do Hamas de pedir que civis fiquem no telhado dos edifícios a fim de evitar bombardeios. Os israelenses rebatem essa tática com um míssil cuja paradoxal função é não explodir. Os mísseis são apontados para áreas desocupadas dos telhados, para assustar os moradores e levá-los a deixar os edifícios.
Os civis são alertados a abandonar as áreas de batalha. Mas as tropas estão instruídas a cuidar primeiro de sua proteção e depois da segurança dos civis.
Como disse o líder da Yahalom, unidade de engenharia de combate de elite do Exército, à imprensa israelense na quarta: "Agimos com muita violência. Não hesitamos em recorrer a qualquer método que proteja a vida dos nossos soldados".


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