São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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Kiev altera acordo sobre gás e irrita Moscou

Desavenças atrasam o restabelecimento do envio do combustível russo a países europeus via Ucrânia

DA REDAÇÃO

A Ucrânia afirmou ontem que vai assinar o acordo sobre a fiscalização de seus gasodutos, uma exigência russa para voltar a abastecer normalmente o continente europeu. Os técnicos da União Europeia já estão na Ucrânia, mas os termos do compromisso de monitoramento do fluxo de gás, mediado pelo bloco, chegaram ontem a um impasse, quando Kiev fez alterações no texto que já tinha sido assinado por Moscou.
A declaração anexada ao texto foi considerada uma afronta por Moscou, e Kiev recuou. "Não podemos chamar essas estipulações e esses adendos de outra coisa senão uma ridicularização do bom senso e uma violação dos acordos alcançados anteriormente."
O anexo redigido pelo governo ucraniano, cuja cópia foi vista pela Reuters, afirmava que o país não desviou gás destinado à Europa, não tem dívidas pendentes com a estatal russa Gazprom e que Moscou deve fornecer "sem custos" o gás necessário para manter a pressão nos dutos -uma demanda que a Rússia sempre rejeitou.
O fluxo nos gasodutos ucranianos, que transportam 80% das exportações russas para a Europa, está suspenso desde quarta-feira, quando a estatal russa Gazprom cortou todo o envio de gás para o país. Moscou alega que Kiev roubava o produto destinado ao continente europeu desde a suspensão do fornecimento para o mercado ucraniano, em 1º de janeiro, em meio a um impasse comercial.
A Ucrânia admite ter usado parte do gás russo para "necessidades operacionais" do transporte, mas nega desvios ilegais. O volume de gás gratuito que o país demanda chega a 7% das exportações diárias para a UE -suficiente para abastecer uma nação como a Áustria.
A disputa entre a Rússia a ex-república soviética, aspirante a membro da Otan (aliança militar ocidental), provocou severa crise de abastecimento no Leste Europeu, onde fábricas suspenderam atividades e milhares de pessoas estão sem aquecimento, a temperaturas abaixo de 0C.
As negociações entre Kiev e Moscou fracassaram no final de 2008, após impasse sobre o preço do gás, a taxa de transporte e dívidas contestadas por Kiev. Sem consenso, a Gazprom retirou a oferta inicial, de aumentar o gás em 40%, e exige agora aumento de 140%. Kiev insiste na manutenção da tarifa preferencial, abaixo do valor de mercado, uma herança da relação histórica entre os países.

Com agências internacionais


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