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Kiev altera acordo sobre gás e irrita Moscou
Desavenças atrasam o restabelecimento do envio do combustível russo a países europeus via Ucrânia
DA REDAÇÃO
A Ucrânia afirmou ontem
que vai assinar o acordo sobre a
fiscalização de seus gasodutos,
uma exigência russa para voltar
a abastecer normalmente o
continente europeu. Os técnicos da União Europeia já estão
na Ucrânia, mas os termos do
compromisso de monitoramento do fluxo de gás, mediado
pelo bloco, chegaram ontem a
um impasse, quando Kiev fez
alterações no texto que já tinha
sido assinado por Moscou.
A declaração anexada ao texto foi considerada uma afronta
por Moscou, e Kiev recuou.
"Não podemos chamar essas
estipulações e esses adendos de
outra coisa senão uma ridicularização do bom senso e uma
violação dos acordos alcançados anteriormente."
O anexo redigido pelo governo ucraniano, cuja cópia foi vista pela Reuters, afirmava que o
país não desviou gás destinado
à Europa, não tem dívidas pendentes com a estatal russa Gazprom e que Moscou deve fornecer "sem custos" o gás necessário para manter a pressão nos
dutos -uma demanda que a
Rússia sempre rejeitou.
O fluxo nos gasodutos ucranianos, que transportam 80%
das exportações russas para a
Europa, está suspenso desde
quarta-feira, quando a estatal
russa Gazprom cortou todo o
envio de gás para o país. Moscou alega que Kiev roubava o
produto destinado ao continente europeu desde a suspensão do fornecimento para o
mercado ucraniano, em 1º de
janeiro, em meio a um impasse
comercial.
A Ucrânia admite ter usado
parte do gás russo para "necessidades operacionais" do transporte, mas nega desvios ilegais.
O volume de gás gratuito que o
país demanda chega a 7% das
exportações diárias para a UE
-suficiente para abastecer
uma nação como a Áustria.
A disputa entre a Rússia a ex-república soviética, aspirante a
membro da Otan (aliança militar ocidental), provocou severa
crise de abastecimento no Leste Europeu, onde fábricas suspenderam atividades e milhares de pessoas estão sem aquecimento, a temperaturas abaixo de 0C.
As negociações entre Kiev e
Moscou fracassaram no final
de 2008, após impasse sobre o
preço do gás, a taxa de transporte e dívidas contestadas por
Kiev. Sem consenso, a Gazprom retirou a oferta inicial, de
aumentar o gás em 40%, e exige
agora aumento de 140%. Kiev
insiste na manutenção da tarifa
preferencial, abaixo do valor de
mercado, uma herança da relação histórica entre os países.
Com agências internacionais
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