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EUA agora pregam novas sanções ao Irã
Hillary diz que país defenderá restrições contra tomadores de decisão iranianos em encontro com potências nucleares no sábado
Declarações são sinal de esgotamento de política de distensão com Teerã do governo Obama, que não trouxe resultados concretos
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Pela primeira vez desde que o
presidente dos EUA, Barack
Obama, implantou sua política
de distensão em relação ao Irã,
a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ameaçou a
elite do regime dos aiatolás
com sanções econômicas caso
Teerã não seja mais transparente quanto ao objetivo de seu
programa nuclear.
De acordo com Hillary, o alvo
seriam os funcionários do governo iraniano que estão no comando do programa nuclear.
Embora não tenha especificado, ela provavelmente se referia à Guarda Revolucionária,
apontada por analistas como
um poder independente e cada
vez mais amplo dentro da estrutura da República Islâmica.
"Está claro que há um grupo
relativamente pequeno de tomadores de decisão dentro do
Irã", disse ela. "Eles têm relações tanto políticas como comerciais, e se nós pudermos
criar uma linha de sanções cujo
alvo sejam aqueles que realmente tomam as decisões,
achamos que será mais inteligente." Os detalhes ainda têm
de ser decididos, afirmou.
A revelação foi feita ontem,
durante voo de Washington à
base aérea de Travis, na Califórnia, onde a norte-americana
fez escala antes de seguir para
reunião com colegas de países
asiáticos no Havaí, de onde iniciará uma turnê pela Oceania,
sua primeira viagem internacional em 2010.
Segundo Hillary, o sinal verde para as sanções ainda não foi
dado pela Casa Branca, mas já
há consenso no núcleo obamista quanto à necessidade da implantação das medidas. Agora,
funcionários do governo estariam procurando seus aliados e
outras nações para tentar construir uma coalizão.
"Nós estamos envolvidos
muito ativamente na solicitação de ideias de uma vasta gama de países, olhando para o
que pode funcionar, o que não
pode e o que poderia ter maior
impacto em talvez mudar o cálculo estratégico dentro da atual
liderança iraniana", afirmou.
O tema deve ser apresentado
pelos EUA na próxima reunião
do chamado P5 + 1, grupo formado pelos cinco membros
permanentes do Conselho de
Segurança da ONU (China,
EUA, França, Reino Unido e
Rússia) mais Alemanha.
O grupo deve se reunir em
Nova York no sábado para discutir o programa nuclear iraniano. Ali, segundo Clinton, se
"estudará o nível de sanções
que devemos anunciar". Não há
consenso quanto aos passos
que devem ser tomados, com
China e Rússia formando o bloco dos reticentes -Moscou e
Pequim são céticos em relação
à eficácia das sanções.
A política nuclear iraniana já
motivou três resoluções do
Conselho de Segurança acompanhadas de sanções, mas Teerã não dá mostras de ter diminuído o ritmo de seu programa,
que afirma ter fins pacíficos.
Desde que tomou posse,
Obama fez uma série de acenos
ao Irã, mas não obteve resultado positivo. O país chegou a entrar em negociações para enriquecer seu urânio no exterior,
mas não aceitou a proposta final do P5+1.
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