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ORIENTE MÉDIO
Estado de saúde do primeiro-ministro de Israel piora, mas ele está "fora de perigo", segundo fontes médicas
Sharon é submetido a cirurgia de emergência
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, foi submetido ontem a uma cirurgia, a sétima desde que teve um violento acidente
vascular cerebral e entrou em coma no mês passado.
Fontes ligadas ao hospital Hadassah, que, inicialmente, chegaram a dizer que Sharon estava "à
beira da morte", afirmaram, após
a intervenção cirúrgica de emergência, que o primeiro-ministro
não mais corria perigo "imediato" de morte.
Sharon, 77, foi conduzido às
pressas para a sala de cirurgia depois que um exame revelou o que
um porta-voz do hospital classificou de "dano sério" em seu sistema digestivo.
De acordo com o diretor do
hospital, Shlomo Mor-Yossef, a
cirurgia removeu um terço -cerca de 50 centímetros- do intestino grosso do primeiro-ministro.
Ele afirmou ainda que não houve
complicações, mas que o problema intestinal está fazendo com
que o tratamento de Sharon regrida alguns passos.
Um funcionário graduado do
hospital, que não quis ser identificado, afirmou que Sharon, que está inconsciente desde seu acidente
vascular cerebral de 4 de janeiro
último, estava "fora de perigo"
depois da operação. Um assessor
de Sharon disse que seu estado de
saúde "não era tão grave quanto
se imaginava inicialmente".
Mais cedo, outro funcionário do
hospital, que também preferiu
manter-se no anonimato, afirmara que a equipe médica não esperava que o primeiro-ministro sobrevivesse. Além disso, um porta-voz do Hadassah dissera que seu
estado de saúde era "o mais grave
desde sua chegada".
Sua morte certamente faria com
que Ehud Olmert, primeiro-ministro interino desde que o estado
de saúde de Sharon piorou, se
mantivesse à frente da cena política israelense até a realização das
eleições. Estas deverão ocorrer
em seis semanas.
Olmert parece ter conseguido
controlar a situação política em
Israel, prometendo manter o cabo
das reformas introduzidas por
Sharon e as rígidas medidas de segurança criadas por seu antecessor. Além disso, ele ameaça estabelecer unilateralmente a fronteira entre Israel e os territórios palestinos se negociações com líderes palestinos não surtirem os
efeitos desejados.
Pesquisas de intenção de voto
mostram que o partido centrista
Kadima, que foi fundado por Sharon depois que a ala mais direitista de seu antigo partido, o Likud,
se rebelou contra a retirada unilateral israelense da faixa de Gaza,
ocorrida no ano passado, deverá
ganhar facilmente as eleições gerais de 28 de março próximo. O
principal candidato do partido será Olmert.
Após seu acidente vascular cerebral de janeiro, Sharon foi mantido em coma induzido. Mais tarde, médicos tentaram fazer com
que ele recuperasse a consciência,
porém não tiveram sucesso.
No início deste mês, a equipe
médica colocou um tubo de alimentação em seu estômago, no
que constituiu uma preparação
para uma possível transferência
para um outro local. Essa medida
reforçou os rumores de que ele
não vai recuperar a consciência.
Durante muito tempo odiado
no mundo árabe-muçulmano,
mas visto cada vez mais, no Ocidente, como alguém que poderia
dar alento ao processo de paz com
os palestinos, Sharon sofreu o
derrame num momento crítico
para a política israelense. Afinal,
sua campanha para as eleições de
março tinha como pedra angular
a paz com os palestinos.
Com agências internacionais
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