São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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ANÁLISE

Forças Armadas têm de atender demandas o quanto antes, para evitar impaciência

IAN BLACK
DO "GUARDIAN"

O Conselho Militar Supremo, que assume o poder no Cairo, tem a tarefa de conduzir o país nas reformas politicas que devem mudar a maneira pela qual o Egito é governado há quase 60 anos.
O grupo deverá suspender logo as casas do Legislativo e governar a transição em cooperação com o presidente do Supremo Tribunal Constitucional, um civil.
Uma eleição presidencial livre e limpa está prometida para setembro.
Os EUA, Israel e outros regimes árabes provavelmente verão com agrado a intervenção e guardarão para si eventuais reservas. O mesmo se aplica aos egípcios comuns, desde que seja o prelúdio de uma mudança abrangente.
O governo pelas Forças Armadas só pode ser temporário. São inegociáveis a saída de Mubarak, a dissolução do que é visto como um Legislativo ilegal, dado o domínio situacionista, reformas constitucionais importantes e o fim do estado de emergência.
Com boa vontade deve ser possível emendar ou reescrever a Constituição para permitir a eleição. Ainda assim, é possível que um acordo leve meses, o que pode causar impaciência e tumultos.
Comentaristas estão cientes de como será difícil para os militares aceitar uma transição que inclua a legalização de seu maior inimigo, a Irmandade Muçulmana.
"É o fim do começo", diz Jon Alterman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. "O Egito não avança para a democracia, avança para a lei marcial, e seu caminho futuro está sujeito a debate."
Os analistas também veem riscos para o Exército, já que os civis podem desafiar ou diluir sua autoridade ou lançar investigações.


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