São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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Oriente Médio festeja e Israel, vizinho, se cala

DE LONDRES

A saída de Hosni Mubarak do poder foi festejada nas ruas de várias cidades do Oriente Médio, com buzinaço, tiros para o alto e fogos de artifício. Grupos islâmicos contrários ao ditador por sua relação amigável com Israel comemoraram.
O governo do premiê Binyamin Netanyahu não emitiu comentários. Mas uma fonte anônima do governo disse considerar "evidente" o interesse em manter o acordo de paz bilateral.
O ex-ministro da Defesa Binyamin Ben-Eliezer se limitou a dizer que "foi uma vitória das ruas", e a Casa Branca pediu "respeito" aos tratados firmados.
Em Beirute, no Líbano, a apresentadora de uma TV controlada pelo Hizbollah chorou no ar e afirmou que "o faraó está morto".
Na faixa de Gaza, o porta-voz do grupo radical palestino Hamas disse que o mundo estava assistindo ao início da "vitória da revolução egípcia". Depois pediu ao novo governo que suspenda o bloqueio à área.
Entre autoridades da região, houve uma nota dos Emirados Árabes Unidos, que afirmou ter confiança nas Forças Armadas egípcias para conduzir o país nesse momento delicado.
A expectativa é que a queda do egípcio amplie o protesto marcado para hoje na Argélia. O país, de maioria muçulmana, vive sob ditadura e está em estado de emergência desde 1992.
É visto por alguns como possível bola da vez, junto com Iêmen, Sudão e Líbia, na onda de protestos populares que já derrubaram, além de Mubarak, o tunisiano Zine el-Abidine Ben Ali.

EUROPA
A maioria dos líderes europeus, como Angela Merkel (Alemanha), Nicolas Sarkozy (França) e David Cameron (Reino Unido), usou palavras como "histórico" e "extraordinário" para descrever os acontecimentos no Egito.
Mas insistiram que é preciso que o país caminhe para a democracia, com a convocação de eleições livres.
Todos ressaltaram a força da mobilização popular, mesma linha seguida pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon: "A voz do povo, em especial a dos jovens, foi ouvida. Está nas mãos do povo determinar o futuro do país."
A Suíça disse que congelará depósitos que pertençam a Mubarak ou a seus familiares. A fortuna dele no exterior é estimada em até US$ 80 bilhões.
(VAGUINALDO MARINHEIRO)


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