São Paulo, Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 1999
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20 ANOS DE REVOLUÇÃO
Presidente defende a primazia das leis, na tentativa de diminuir o poder dos líderes islâmicos conservadores
Khatami pede "Estado de Direito" no Irã

Associated Press
O presidente Khatami (à esq.) discursa na praça da Liberdade, em Teerã, durante as comemorações do 20º aniversário da Revolução Islâmica


das agências internacionais

O presidente do Irã, Mohamad Khatami, defendeu ontem o "Estado de Direito" como elemento chave da república em sua terceira década. A declaração foi dada em discurso em Teerã (capital) para dezenas de milhares de pessoas que celebravam o 20º aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
Khatami afirmou que o respeito às leis e à Constituição são fundamentais para a estabilização do país.
"Com a lei, a nossa fé islâmica e a crença no comando do clero supremo, os direitos do povo e sua participação estão garantidos", disse. "Defender a Constituição significa defender a Revolução."
Há 20 anos, o aiatolá Khomeini voltou do exílio em Paris e, com grande apoio popular, promoveu a Revolução que pôs fim à monarquia pró-Ocidente do xá Reza Pahlevi e criou a República Islâmica do Irã.

Moderação
Khatami, eleito em maio de 1997, é visto no cenário internacional como um moderado. Tenta promover reformas políticas e sociais sem contrariar a lei islâmica. O presidente enfrenta resistência por parte do clero conservador ligado ao líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
No discurso de ontem, o presidente defendeu também uma reaproximação do país com a comunidade internacional.
Mas os manifestantes praticaram nas ruas um ritual muitas vezes visto nos últimos 20 anos: queimaram bandeiras dos EUA e gritaram os slogans "Morte aos EUA" e "Morte a Israel".
As comemorações também serviram para Khatami chamar os eleitores a comparecer às urnas no pleito para os conselhos municipais, no próximo dia 26. "Essas eleições são um grande exemplo da determinação do povo de escolher seu próprio destino", disse.


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