São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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EUROPA

Alunos da universidade que simbolizou o movimento estudantil de 68 protestavam contra reforma trabalhista do governo

Polícia francesa invade Sorbonne durante protesto

DA REDAÇÃO

A polícia de choque francesa usou gás lacrimogêneo ontem para reprimir um protesto de estudantes da universidade Sorbonne, que já dura três dias. Os manifestantes protestam contra reformas trabalhistas do governo.
Os estudantes ocuparam a universidade, centro das revoltas estudantis de maio de 1968, na quarta-feira, para protestar contra o plano do premiê Dominique de Villepin. O projeto implantará o Contrato de Primeiro Emprego (CPE), que, segundo críticos, vai permitir que empregadores contratem e demitam trabalhadores com maior facilidade.
Milhares de pessoas também protestaram durante a semana.
A imprensa francesa informou que o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, encurtou uma viagem devido aos protestos -os piores distúrbios desde a revolta na periferia da capital em 2005.
O ministro da Educação, Gilles de Robien, visitou o local após a expulsão dos militantes. "É isso que acontece quando você clama por desordem", disse.
A polícia entrou na universidade perto das 4h (hora local), expulsou cerca de 200 estudantes e prendeu 11 pessoas.
Duas pessoas ficaram feridas, entre elas um fotógrafo que foi atingido quando os manifestantes começaram a jogar garrafas, cadeiras e extintores de incêndio nos policiais.
A polícia invadiu o local após os estudantes terem bloqueado a praça fora da Sorbonne e o boulevard Saint Michel. Os estudantes reclamaram que a polícia usou de força excessiva.
"A polícia mostrou violência além de todos os limites. As pessoas estavam tocando música e foram atacadas de uma maneira inacreditável", disse a estudante de teatro Marianne, 20. "Metade de nós queria sair pacificamente, a outra metade queria ficar. Votamos por ficar, mas eles entraram e nos fizeram sair a força."
"Se o governo quer usar a força para lutar pelo CPE, então estamos caminhando para um sério conflito", disse Bruno Julliard, presidente da união de estudantes, Unef. Os estudantes planejavam mais manifestações no centro de Paris.


Com agências internacionais


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