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Papa reconhece falhas na reversão de excomunhão de bispos radicais
Admissão foi feita a bispos; reinclusão de religioso que negou Holocausto atraiu críticas
DA EFE, NA CIDADE DO VATICANO
Em carta a todos os bispos
católicos após semanas de críticas, o papa Bento 16 admitiu ter
cometido falhas ao reverter a
excomunhão de quatro bispos
ultraconservadores ordenados
pelo polêmico arcebispo Marcel Lefèbvre. O texto, parcialmente revelado pela mídia italiana, será publicado hoje.
Na carta, o papa admite "falhas" na gestão do caso. Segundo o diário conservador "Il Foglio", trata-se de uma carta "humilde mas forte", escrita à mão
com o objetivo declarado de levar à unidade dos cristãos.
Bento 16 ressalta que o gesto
não supõe o reconhecimento
canônico da Sociedade São Pio
10º, fundada pelo arcebispo cismático Lefèbvre, já morto, à
qual pertencem os bispos.
Um deles é Richard Williamson, que negou o Holocausto. O
fato pôs a comunidade judaica
internacional em pé de guerra e
obrigou o papa a exigir que Williamson se retratasse.
No texto, diz o jornal, o papa
cita dois equívocos. O primeiro
foi que a Santa Sé "não se deu
conta" de que na internet era
possível conhecer as declarações do bispo, "que se sobrepuseram de modo imprevisível à
reabilitação dos prelados, causando um curto-circuito midiático que alterou o caso".
O segundo é a gestão da revogação das excomunhões, "que
não foi suficientemente" explicada. De acordo com "Il Foglio", "Bento 16 explica que as
revogações são pessoais, afetam apenas os quatro prelados
e não implicam o reconhecimento da Sociedade São Pio
10". O papa diz que a sociedade
só será reintegrada à igreja se
aceitar as decisões do Concílio
Vaticano 2º, que nos anos 60
adotou reformas como a abolição da missa em latim e uma
posição mais aberta em relação
ao ecumenismo.
Mas Bento 16, defensor da
ideia de que o Concílio não foi
uma ruptura na história da
igreja, adverte "os que se proclamam defensores do Vaticano 2º que é preciso entender
que o concílio leva em si toda a
história doutrinal da igreja".
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