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IRAQUE OCUPADO
Presidente vai a missa em base militar e diz que, se preciso, EUA enviarão mais tropas ao Oriente Médio
Bush diz que semana no Iraque foi "dura"
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que as tropas americanas enfrentaram uma
"semana dura" no Iraque. Bush
fez menção ao número de mortos
no confronto e reafirmou que a
missão americana é "justa". "Obviamente eu rezo todo dia para
que haja menos vítimas, mas sei
que o que estamos fazendo no Iraque é certo."
As declarações foram feitas
após missa para celebrar a Páscoa
na base de Fort Hood (Texas), de
onde saíram 12 mil soldados para
o Oriente Médio. Pelo menos dez
desses morreram nos últimos
dias em Sadr City, bairro pobre de
Bagdá em que se concentram rebeldes xiitas.
"Foi uma semana dura e meus
pensamentos e orações estão com
aqueles que pagaram o mais elevado preço pela nossa segurança.
Hoje, de joelhos, eu agradeci ao
bom Senhor por proteger nossas
tropas no exterior, as forças da
coalizão e iraquianos inocentes
que sofrem com esses assassinatos injustificáveis."
O presidente foi à base com sua
mulher, Laura, seus pais, Barbara
e George Bush -presidente do
país entre 1989 e 1993-, suas
duas filhas gêmeas e Condoleezza
Rice, assessora de segurança nacional. Depois, Bush se dirigiu a
um hospital militar para encontro
com soldados feridos que regressaram há pouco do Iraque. Ele encontrou-se com 11 soldados e
condecorou dez deles.
Durante a semana passada, 47
soldados americanos morreram
no Iraque. As Forças Armadas
disseram que 12 americanos morreram nos últimos dois dias. Em
Bagdá, os insurgentes derrubaram um helicóptero Apache ontem, matando seus dois ocupantes. Desde o começo da guerra,
em 20 de março de 2003, pelo menos 649 militares dos Estados
Unidos morreram.
Com uma trégua acontecendo
em Fallujah -maior foco da resistência sunita-, Bush declarou
que era "difícil dizer" se a violência terminaria em breve. Ressaltando que os soldados americanos eram "bastante fortes", o presidente disse que pode haver soluções alternativas para acabar com
os confrontos.
"É claro que estamos abertos a
sugestões. Membros do Conselho
de Governo Iraquiano queriam
uma oportunidade para ir a Fallujah tentar dar um fim à violência.
Nossos soldados estão dando a
eles essa chance", disse Bush.
O presidente afirmou ter conversado duas vezes nos últimos
dias com o general John Abizaid,
o comandante das operações no
Iraque. "[Ele] sabe muito bem
que, se precisar de mais soldados,
pode pedir."
Abizaid disse ontem, no programa "Meet the Press", da TV NBC,
que há 129 mil soldados americanos no Iraque. O secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, deu a entender recentemente que os comandantes americanos querem
manter esse número por mais algum tempo, ao invés de reduzi-lo
para 115 mil, como estava anteriormente planejado.
Membros do Congresso, de ambos os partidos, disseram durante
a semana passada que a atual onda de violência sugere que é preciso aumentar o número de combatentes. "Está claro que há uma sobrecarga e que a segurança iraquiana ainda não está preparada
para fazer frente aos insurgentes",
disse o republicano Richard Lugar, presidente da Comissão de
Relações Exteriores do Senado.
Alguns políticos, como a senadora republicana Susan Collins,
também querem um adiamento
na devolução da soberania iraquiana, marcada para 30 de junho, por temer que isso possa levar a uma guerra civil. "Eu não vejo como poderemos transferir o
poder em menos de 90 dias quando temos uma situação tão instável", afirmou Collins.
O senador democrata por Delaware Joseph Biden, que defende o
envio de mais soldados, disse que
o governo precisa pedir o auxílio
de outras nações. Segundo Biden,
o presidente Jacques Chirac teria
lhe dito que a França aceitaria
mandar tropas, como parte de
uma força da Otan (aliança militar ocidental), se os EUA passassem o comando das operações
militares para as Nações Unidas.
Com agências internacionais
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