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COLÔMBIA
Lula diz que não dá "palpite" sobre as Farc
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A HAIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afastou
ontem na Holanda qualquer hipótese de participar de alguma operação
para a libertação da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada há seis
anos pelas Farc (Forças
Armadas Revolucionária
da Colômbia), conforme
desejo já manifestado por
parentes de reféns.
"Em política internacional, a gente não dá palpite
nas coisas dos outros. Não
é só invadir o território,
não é só invadir as águas
não. É não dar palpite. Se a
gente tomar conta do nosso terreiro com muito carinho, já é bom demais. Se
a gente, além do nosso,
quiser dar palpite no dos
outros, começa a ter uma
interferência muitas vezes
desnecessária."
Lula disse ainda que as
Farc não são um problema
do Brasil, mas apenas da
Colômbia. "Enquanto a
Colômbia não conversar
com o Brasil sobre qualquer coisa das Farc, o Brasil não conversa sobre as
Farc", afirmou.
O assessor diplomático
de Lula, Marco Aurélio
Garcia, conversou na semana passada com o novo
embaixador da Colômbia
no Brasil para lhe dizer
que é preciso restabelecer
algum tipo de ponte para
permitir uma operação
humanitária que resgate
Betancourt.
Sobre o estado de saúde
da refém, Marco Aurélio
acha que ela se recuperou
um pouco, depois de ser
dada como em estado gravíssimo. Mas ele próprio
admite que todas as informações a respeito têm
muito de "chute".
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