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Retaliação israelense mata pelo menos oito em Gaza
Garoto de dez anos morre em ataque; operação é resposta a incidentes de quarta
Ataque de comando leva ao corte do bombeamento de
óleo ao território palestino; Israel acusa Hamas de não
distribuir gasolina estocada
DA REDAÇÃO
Forças israelenses lançaram
ontem operação de represália
na faixa de Gaza, com um saldo
de ao menos oito palestinos
mortos, entre eles uma criança
de dez anos. A investida é uma
resposta ao ataque de quarta-feira em que um comando do
grupo radical Jihad Islâmico
matou dois civis israelenses
num terminal de petróleo.
Segundo a Associated Press,
com os incidentes de ontem já
são 16 os palestinos, civis ou
milicianos, mortos em dois dias
por forças israelenses.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, defendeu a
represália e disse ser necessário atingir o grupo islâmico Hamas e seus aliados para que eles
"não continuem a agredir civis
israelenses, como têm feito".
As operações de ontem começaram antes do amanhecer,
quando helicópteros israelenses mataram dois milicianos do
Hamas na cidade de Khan Younis, ao sul de Gaza. Pouco depois, um grupo de soldados israelenses penetrou em Gaza e
travou combate com homens
armados nas imediações do
campo de refugiados de Bureij.
Foi nesse momento que o garoto de dez anos foi morto. Três
outras crianças, disse a France
Presse, ficaram gravemente feridas. Horas depois outro comando israelense enfrentou
um grupo armado nas imediações, perto de uma propriedade
agrícola. Quatro combatentes
palestinos foram mortos, e pessoas em número ainda ignorado saíram feridas.
Testemunhas disseram que o
confronto ocorreu quando homens armados do Hamas e do
Jihad tentaram conter com armas automáticas e granadas a
incursão de uma coluna de 15
veículos israelenses, alguns deles blindados.
Falta de combustível
O fornecimento de combustível a Gaza foi interrompido na
quinta-feira, depois do ataque
ao terminal de Nahal Oz. Ele é
bombeado ao território palestino sob a supervisão de funcionários da União Européia. Informantes israelenses disseram que o fornecimento seria
retomado até o fim de semana.
As interrupções anteriores foram também revistas após
pressões internacionais ou decisões da Justiça israelense.
Israel acusou o Hamas de
não estar distribuindo o petróleo bombeado antes dos incidentes de quarta. A acusação
coincide com a decisão da associação de distribuidores de gasolina e gás em Gaza de devolver a pequena cota que lhes foi
encaminhada, em protesto
contra o racionamento.
Um dos dirigentes locais do
Hamas, Mushir al-Masri, advertiu Israel contra tentativas
de bloqueio e afirmou que "todas as opções estão em aberto"
para evitar novas ocorrências.
O Hamas se apoderou de Gaza em junho do ano passado,
perdendo ao mesmo tempo o
controle da Cisjordânia, onde a
Autoridade Nacional Palestina,
liderada pelo rival laico Mahmoud Abbas, prossegue negociando com Israel a instituição
de um Estado soberano.
Abbas criticou ontem a
ameaça de integrantes do Hamas de romperem a barragem
que divide o território e o Egito,
para permitir que palestinos
possam se abastecer de alimentos e combustível.
O Egito tenta impor um cessar-fogo entre Israel e Gaza,
mas o Hamas e aliados estimulam os atos de hostilidade ou
não punem os responsáveis.
Com agências internacionais
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