São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Retaliação israelense mata pelo menos oito em Gaza

Garoto de dez anos morre em ataque; operação é resposta a incidentes de quarta

Ataque de comando leva ao corte do bombeamento de óleo ao território palestino; Israel acusa Hamas de não distribuir gasolina estocada

DA REDAÇÃO

Forças israelenses lançaram ontem operação de represália na faixa de Gaza, com um saldo de ao menos oito palestinos mortos, entre eles uma criança de dez anos. A investida é uma resposta ao ataque de quarta-feira em que um comando do grupo radical Jihad Islâmico matou dois civis israelenses num terminal de petróleo.
Segundo a Associated Press, com os incidentes de ontem já são 16 os palestinos, civis ou milicianos, mortos em dois dias por forças israelenses.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, defendeu a represália e disse ser necessário atingir o grupo islâmico Hamas e seus aliados para que eles "não continuem a agredir civis israelenses, como têm feito".
As operações de ontem começaram antes do amanhecer, quando helicópteros israelenses mataram dois milicianos do Hamas na cidade de Khan Younis, ao sul de Gaza. Pouco depois, um grupo de soldados israelenses penetrou em Gaza e travou combate com homens armados nas imediações do campo de refugiados de Bureij.
Foi nesse momento que o garoto de dez anos foi morto. Três outras crianças, disse a France Presse, ficaram gravemente feridas. Horas depois outro comando israelense enfrentou um grupo armado nas imediações, perto de uma propriedade agrícola. Quatro combatentes palestinos foram mortos, e pessoas em número ainda ignorado saíram feridas.
Testemunhas disseram que o confronto ocorreu quando homens armados do Hamas e do Jihad tentaram conter com armas automáticas e granadas a incursão de uma coluna de 15 veículos israelenses, alguns deles blindados.

Falta de combustível
O fornecimento de combustível a Gaza foi interrompido na quinta-feira, depois do ataque ao terminal de Nahal Oz. Ele é bombeado ao território palestino sob a supervisão de funcionários da União Européia. Informantes israelenses disseram que o fornecimento seria retomado até o fim de semana. As interrupções anteriores foram também revistas após pressões internacionais ou decisões da Justiça israelense.
Israel acusou o Hamas de não estar distribuindo o petróleo bombeado antes dos incidentes de quarta. A acusação coincide com a decisão da associação de distribuidores de gasolina e gás em Gaza de devolver a pequena cota que lhes foi encaminhada, em protesto contra o racionamento.
Um dos dirigentes locais do Hamas, Mushir al-Masri, advertiu Israel contra tentativas de bloqueio e afirmou que "todas as opções estão em aberto" para evitar novas ocorrências.
O Hamas se apoderou de Gaza em junho do ano passado, perdendo ao mesmo tempo o controle da Cisjordânia, onde a Autoridade Nacional Palestina, liderada pelo rival laico Mahmoud Abbas, prossegue negociando com Israel a instituição de um Estado soberano.
Abbas criticou ontem a ameaça de integrantes do Hamas de romperem a barragem que divide o território e o Egito, para permitir que palestinos possam se abastecer de alimentos e combustível.
O Egito tenta impor um cessar-fogo entre Israel e Gaza, mas o Hamas e aliados estimulam os atos de hostilidade ou não punem os responsáveis.


Com agências internacionais


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