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Presidente faz celular virar sucesso de vendas
Palácio Miraflores/Reuters
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Hugo Chávez exibe celular que transformou em sucesso de vendas no seu programa dominical
DE CARACAS
Defensor do "socialismo do
século 21", o presidente Hugo
Chávez provocou uma febre de
consumo digna do capitalismo
mais selvagem ao se transformar em garoto-propaganda do
primeiro celular fabricado na
Venezuela. Lançado no fim de
semana do Dia das Mães, o produto gerou filas de centenas de
pessoas e se esgotou rapidamente nas lojas do país.
Anteontem, milhares de pessoas se aglomeraram diante das
lojas atrás do celular, que dispõe de câmera fotográfica e capacidade de armazenar música
e é vendido ao equivalente a só
R$ 28. Mas logo pela manhã todos as 5.000 unidades colocadas à venda nas lojas da empresa de celular estatal Movilnet já
haviam sumido das prateleiras.
Diante da reclamação nas filas, a presidente da Movilnet,
Jaqueline Faría, foi ao canal estatal VTV pedir calma à população. Ela prometeu normalizar a venda até o dia 30.
Nas últimas semanas, Chávez tem promovido o celular
em suas várias cadeias de TV.
Recentemente, brincou que
quem não tem o aparelho "é um
zero à esquerda". Anteontem,
no programa "Alô, Presidente",
cumprimentou sua mãe por
meio do celular.
Há pouco, Chávez provocou
reação semelhante quando deu
o livro "As Veias Abertas da
América Latina" ao presidente
americano, Barack Obama. Em
24 horas, a obra passou do posto 54.295 para a sexta posição
entre os mais vendidos do site
Amazon.com.
Chávez batizou o aparelho
com o nome de "vergatário",
palavra que pode tanto significar algo muito bom como um
homem com o pênis grande.
(Na maior parte dos países que
falam espanhol, "verga" é a forma chula para se referir ao pênis, mas na Venezuela muitas
vezes é usada como gíria sem
conotação sexual.)
Feito na Venezuela a partir
de peças chinesas, o "vergatário" é má notícia para o Brasil,
já que os celulares são um dos
principais produtos de exportação ao vizinho.
(FM)
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