São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011

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Nome dos EUA para América Latina deixa o posto sob críticas

Desempenho de Arturo Valenzuela decepcionou em relação ao golpe hondurenho, Cuba e México

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

A saída iminente do chileno-americano Arturo Valenzuela do posto de diplomata número um do Departamento de Estado dos EUA para América Latina ocorre sob críticas tanto da direita quanto da esquerda a sua gestão.
As opiniões correntes indicam que Valenzuela, apesar de conhecedor da região, não imprimiu voz própria ao posto de subsecretário para o hemisfério Ocidental e teve de amargar problemas até com aliados como o México.
Entre as maiores decepções estão a abertura tímida em relação a Cuba e a política vacilante em resposta ao golpe de 2009 em Honduras.
Ainda não foi anunciada a data da saída (sabe-se que será até agosto) nem quem será o substituto. Pelo que a Folha apurou, o escolhido deverá ser um ex-embaixador na América Latina. Um dos mais cotados é de William Brownsfield, que serviu na Venezuela e na Colômbia.
Brownsfield é hoje subsecretário para o Birô Internacional de Narcóticos e Assuntos Policiais. "Como é mais alinhado à direita, tem chances, porque os republicanos o aprovam", disse à Folha Larry Birns, diretor do centro de estudos Council on Hemispheric Affairs.
Não está descartada a possibilidade de quem for indicado servir como interino até a eleição de 2012.
Em Washington, Valenzuela é visto como alguém que não saiu da sombra do antecessor, Thomas Shannon -embaixador no Brasil.
Shannon e o ex-embaixador no México, Carlos Pascual, tinham mais influência do que ele junto à secretária de Estado, Hillary Clinton.
Parte da esquerda afirma que a culpa não é só de Valenzuela, mas da falta de visão do governo americano.
"Ele não foi criado para as lutas políticas que ocorrem dentro do Departamento de Estado", afirma Birns.
Republicanos são mais duros. Ileana Ros-Lehtinen, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, disse que "o mandato de Valenzuela foi marcado por fracasso terrível dos EUA em enfrentar ataques à democracia" na região.
Oficialmente, Valenzuela deixa o governo devido ao fim de sua licença na Universidade Georgetown. Acredita-se, no entanto, que a saída veio a calhar num momento marcado por insatisfação mútua do subsecretário e seus superiores.


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