São Paulo, quinta, 12 de junho de 1997.



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POBREZA
Relatório da ONU aponta fracasso no combate à falta de rendimentos, que afeta um terço da população mundial
1,3 bilhão vive com até um dólar por dia

O MAIS POBRE Moradores de Freetown (capital de Serra Leoa) observam guerrilheiro morto em um caminhão. O país, no oeste da África, vive distúrbios políticos após um golpe militar e tem o pior índice de desenvolvimento humano do mundo, segundo o relatório anual da Organização das Nações Unidas das agências internacionais


Um terço da humanidade -US$ 1,3 bilhão de pessoas- vive com menos de US$ 1 por dia, segundo o relatório. Na América Latina e no Caribe, são 110 milhões de pessoas que vivem com menos de US$ 2 diários.
Por causa desses números, o relatório aponta o "fracasso indesculpável das políticas" dos países, lembrando que, em 1995, em uma reunião de cúpula na Dinamarca, eles se comprometeram a buscar formas de eliminar a pobreza.
A marca de US$ 1 diário é um dos padrões de pobreza para comparações internacionais. O outro, que mede o que a ONU chama de "pobreza humana", leva em conta o acesso a um modo de vida aceitável, incluindo serviços básicos e possibilidade de ascensão social.
Apesar de usar US$ 1 por dia para comparação, os técnicos sugerem que cada região tenha a sua linha de pobreza: na América Latina e no Caribe, US$ 2 por dia; na Europa Oriental e ex-URSS, US$ 4; nos países industrializados, US$ 14,4.
Segundo o relatório, os maiores avanços no combate à pobreza foram alcançados pelos países da Ásia e do oceano Pacífico. "Os avanços na luta contra a pobreza nessa parte do mundo foram espetaculares", ressalta o relatório.
O Pnud considera que, no século 21, o estereótipo do pobre mundial não será o camponês asiático, mas o analfabeto de uma grande cidade latino-americana ou africana.
Apesar dos avanços, a Ásia -de longe o mais populoso dos continentes- ainda concentra 950 milhões do 1,3 bilhão de pessoas que dispõem de menos de US$ 1 por dia. Leste Europeu e ex-URSS tiveram a maior deterioração em uma década -hoje são 25% de pobres.
O relatório diz que, com mais US$ 40 bilhões por ano (0,2% do PIB mundial), toda a população dos países em desenvolvimento teria acesso aos serviços básicos.



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