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Al Qaeda no Iraque quer ataques de larga escala
Após morte de Zarqawi, dirigentes prometem "fazer tremer o inimigo"
Na tentativa de promover
uma "conciliação nacional",
o novo premiê iraquiano
liberta segundo grupo de
prisioneiros de Abu Ghraib
DA REDAÇÃO
O grupo terrorista Al Qaeda
no Iraque afirmou ontem que
vai realizar novos ataques de
"fazer tremer o inimigo". A declaração, que ocorre logo após a
morte do líder da organização,
Abu Musab al Zarqawi, num
bombardeio americano, reforça os temores de que o desaparecimento de Zarqawi terá
pouco impacto sobre a violência no Iraque.
O grupo afirmou, por meio de
uma declaração na internet,
que seu corpo dirigente reuniu-se após a morte de Zarqawi para discutir estratégias e renovar
sua lealdade ao líder máximo
da Al Qaeda, Osama bin Laden.
"Planejamos operações de
grande escala que vão fazer tremer o inimigo e lhe roubar o sono, em coordenação com as outras facções do Conselho Mujahidin", diz a declaração.
Já a Al Qaeda da Arábia Saudita emitiu comunicado através da internet em que faz elogios a Al Zarqawi e afirma que
seu "martírio" dará novo ímpeto à "guerra santa no lugar de
nascimento do islã".
O presidente dos EUA, George W. Bush, e membros do governo iraquiano saudaram a
morte de Zarqawi como uma
grande vitória na luta contra o
terrorismo. Mas ninguém espera uma redução drástica da
violência no Iraque. Insurgentes sunitas movem uma campanha de ataques a bomba e tiroteios para derrubar o governo
xiita apoiado por Washington.
Violência
Insurgentes mataram ontem
três soldados iraquianos numa
base militar no deserto, na Província de Anbar. Além desse
ataque, a polícia encontrou o
corpo decapitado de um soldado iraquiano num rio perto da
cidade de Tikrit e uma bomba
colocada às margens de uma
rodovia feriu seriamente um
comandante da polícia no norte de Bagdá. O policial que dirigia o veículo morreu. Um carro-bomba matou quatro e feriu
nove em Bagdá.
Reconciliação
O novo premiê iraquiano,
Nouri al Maliki, diz ter esperanças de que o governo de unidade nacional do qual participam árabes xiitas, árabes sunitas e curdos consiga pôr fim aos
ataques e acabar com a violência sectária que quase lançou o
país numa guerra civil.
Ele anunciou na semana passada que mais de 2.000 prisioneiros seriam libertados de
campos norte-americanos e de
prisões iraquianas para tentar
promover a reconciliação nacional. O segundo grupo de prisioneiros foi libertado ontem.
Na semana passada, 600 haviam sido soltos.
Alguns com cópias do Alcorão, outros carregando seus tapetes de orações, mais de 150
prisioneiros deixaram ontem a
prisão de Abu Ghraib, nos arredores de Bagdá.
"Eu fui a um funeral e terminei aqui", diz Awad Jassim Mohammad, com cerca de 60 anos,
que diz ter sido preso no dia 30
de junho de 2004.
A maioria dos detidos é sunita, o grupo dominante sob o regime do ex-ditador Saddam
Hussein (1979-2003) e que forma o grosso da insurgência.
Política
O governo de maioria xiita liderado por Maliki pretende
atrair os sunitas para o campo
da política. A maior dificuldade
será desmobilizar as milícias ligadas a partidos políticos, inclusive à sua Aliança Xiita.
Al Maliki pretende incluir as
milícias nas forças de segurança. Mas o chefe da inteligência
iraquiana, entre outros, discorda. Afirma que isso apenas forneceria aos bandos armados
cobertura oficial para seguir
implementando sua agenda. "A
solução seria reabilitar os
membros das milícias para
atuar em serviços civis", disse o
general Mohammed al Shahwani ao jornal "Azzaman".
Com agências internacionais
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