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Venezuela ordena prisão de dono de TV
Presidente da Globovisión, que faz oposição a Chávez, é acusado de formação de quadrilha e usura genérica
Guillermo Zuloaga já havia sido detido em março sob a acusação de "vilipendiar" presidente
em evento em Aruba
Fernando Llano - 4.jun.09/Associated Press
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Opresidente da Globovisíon, Guillermo Zuloaga, acusado de ocultar veículos para promover especulação de preços
FLÁVIA CARACAS
DE CARACAS
A Justiça da Venezuela ordenou ontem a prisão de Guillermo Zuloaga, presidente
do canal de TV Globovisión,
crítico do governo Hugo Chávez, e do filho do empresário,
Guillermo Zuloaga Siso, ambos acusados de "usura genérica" e "formação de quadrilha" por suposta ocultação de veículos para promover especulação de preços.
Nenhum dos dois havia sido preso até o fechamento
desta edição, informou na TV
estatal a procuradora-geral
da Venezuela, Luisa Ortega.
Ontem à noite, agentes
dos Sebin (Serviços Bolivarianos de Inteligência) foram
até a casa do empresário, em
Caracas, com as ordens de
prisão em mãos. Nem o empresário nem o filho estavam
na residência.
Em 26 de março, Zuloaga
foi detido por cerca de oito
horas acusado de "vilipendiar" o presidente Hugo Chávez em declarações feitas em
um evento da SIP (Sociedade
Interamericana de Imprensa), em Aruba.
Ele foi impedido de deixar
o país, mas responde a esse
processo em liberdade.
A ordem de detenção contra o empresário vinculada à
ação sobre ocultação de veículos, aberta em maio de
2009, ocorre dias após o presidente venezuelano ter
mencionado publicamente
os processos contra Zuloaga.
Em cadeia obrigatória de
rádio e TV, no dia 3, Chávez
afirmou que apenas na Venezuela um empresário poderia
acusar um presidente de ordenar assassinatos sem que
nada lhe acontecesse.
O mandatário venezuelano referia-se às declarações
de Zuloaga no evento da SIP,
quando supostamente atribuiu a Chávez a culpa pela
violência e mortes ocorridas
durante a tentativa de golpe
fracassada contra o presidente, em 2002. A Globovisión e outros canais privados
de TV apoiaram o golpe.
Ontem à noite, a SIP condenou a ordem de prisão
contra o presidente da TV.
À Folha a advogada Rocío
San Miguel, diretora da ONG
venezuelana Controle Cidadão, afirmou que a ação seguia "um padrão intimidatório". "O governo busca enviar uma mensagem a seus
críticos às vésperas de um
processo eleitoral", disse, em
referência às eleições legislativas de setembro.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ligada à OEA (Organização
dos Estados Americanos), já
apontou, em diferentes relatórios, preocupação pela suposta falta de independência
do Judiciário na Venezuela.
O ex-candidato a presidente Oswaldo Alvarez Paz passou várias semanas na prisão
após acusar Chávez de ter ligações com a guerrilha colombiana. A ONU também
critica a prisão, desde dezembro, da juíza Maria Lourdes Afiuni, acusada de corrupção por soltar um banqueiro acusado de fraude.
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