São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011

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Analista vê fim de livre circulação na Europa

Segundo Ulrike Guérot, populismo leva ao desmantelamento do acordo de Schengen

CAROLINA VILA-NOVA
DE BERLIM

O recente cerco da União Europeia à imigração, com a decisão da Dinamarca, no mês passado, de retomar unilateralmente o controle sobre suas fronteiras, abre um processo irreversível de desmantelamento do Tratado de Schengen, acordo que permite a livre circulação de pessoas pelo continente.
A avaliação foi feita em entrevista à Folha por Ulrike Guérot, do "think-tank" Conselho Europeu de Relações Exteriores.

 

Folha - Os últimos eventos podem representar o fim do Tratado de Schengen?
Ulrike Guérot - Não creio numa reversão, uma vez que já estamos basicamente desmantelando o acordo.
Há muitas vozes alertando que não se pode simplesmente voltar a fechar as fronteiras da Europa porque o livre movimento de pessoas foi uma conquista enorme.
Mas há o problema de qual seria a resposta apropriada para lidar com a imigração.

Como o acordo pode ser "emendado" sem que seja desfigurado?
O argumento dinamarquês é que pequenos controles alfandegários não são contra as regras do jogo.
Isso teria de ser levado a um advogado para saber se há violação do acordo. Mas o mais importante é o sentimento da população de que as fronteiras devem ser fechadas de novo.

O controle das fronteiras está mais relacionado à crise financeira do que ao problema migratório atual?
Sempre houve a preocupação das camadas mais baixas com a entrada de mão de obra mais barata.
Com a crise, esses medos cresceram, e houve uma confluência de outros problemas, como a pressão sobre o euro. E há uma clara onda de nacionalismo e populismo por todos os lados.


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