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Questão iraquiana
agrava crise no partido
FREE-LANCE PARA A FOLHA
No mesmo dia em que fez seu
mais novo esforço para unir o
Partido Trabalhista, o premiê britânico, Tony Blair, sofreu novos
ataques de partidários. A ex-ministra do Desenvolvimento Internacional Clare Short, que renunciou por oposição à Guerra do
Iraque, disse que Blair deveria
passar a liderança antes que as
coisas ficassem piores.
Ela fez as declarações em uma
entrevista para a GMTV e também acusou o premiê de criar
uma grande divisão com o ministro do Tesouro, Gordon Brown,
sobre a decisão do Reino Unido
de aderir ou não ao euro.
"Penso que a melhor solução
para Blair seria que ele planejasse
sair antes que as coisas fiquem
ainda piores", disse Short. Ela observou que existem muitos rumores de que os "sindicatos estejam
infelizes" e que o "grau de confiança no país" caiu muito.
A ex-ministra é aliada de
Brown. Este é um candidato potencial para substituir Blair. Segundo a imprensa britânica, os
dois fizeram um acordo quando
Blair assumiu a liderança do partido, antes das eleições de 1997.
Segundo essa versão, Brown não
disputaria a liderança, mas, em
troca, Blair lhe cederia o lugar em
algum momento caso o partido
vencesse aquela batalha.
Ainda ontem, Blair sofreu outro
ataque de um ex-integrante do
governo, o ex-chanceler Robin
Cook. Em artigo publicado no
jornal "The Independent", Cook,
que renunciou ao posto de líder
do governo no Parlamento porque se opunha à Guerra do Iraque, reiterou sua posição e disse
que "a justificativa" do governo
britânico para a guerra era um
"absurdo palpável". Segundo
Cook, a decisão de ir à guerra foi
exclusiva de Blair.
As pressões sobre Blair vêm
crescendo. Segundo Hugo
Young, analista político do jornal
"Guardian", o premiê enfrenta
uma séria crise. A disputa que começou com a TV pública BBC e as
denúncias de que o governo teria
"esquentado" o dossiê que formou a base de seus argumentos
para ganhar apoio à Guerra do
Iraque são, na avaliação de
Young, bastante graves.
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