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Sondado por Sarkozy, dirigente do PS pede demissão
DA REDAÇÃO
O ex-ministro da Cultura da
França Jack Lang pediu ontem
sua demissão da direção do
Partido Socialista (PS) -de
oposição- após ter sido convidado pelo presidente Nicolas
Sarkozy, no domingo, para integrar uma comissão de reforma das instituições.
A demissão do ex-ministro
sucede a decisão dos socialistas
de suspender dos cargos de direção membros do partido que
participarem do governo conservador, anunciada anteontem, numa clara advertência a
Lang, que ainda não afirmou se
aceitará o convite de Sarkozy.
Lang não é o primeiro socialista a receber uma proposta do
presidente. Antes dele vieram
Bernard Kouchner, atual ministro das Relações Exteriores,
Jean-Marie Bockel, convidado
a comandar uma secretaria de
Estado, e Eric Besson, ex-responsável pelas questões econômicas no PS e que aderiu à candidatura Sarkozy já antes do
primeiro turno das presidenciais francesas.
Além disso, Sarkozy apóia a
candidatura de Dominique
Strauss-Kahn, outro socialista
de peso, para substituir Rodrigo de Rato no comando do Fundo Monetário Internacional
(FMI). Essa estratégia de
"abertura" de Sarkozy têm irritado membros do PS, que acusam o presidente de minar o
Partido Socialista e "instrumentalizar" as nomeações.
Em carta ao líder do Partido
Socialista, François Hollande,
Lang afirmou: "Eu não me reconheço mais por meio dos
seus [de Hollande] métodos de
direção e, em conseqüência, eu
apresento minha demissão como secretário nacional e suspendo minha participação nos
trabalhos do escritório nacional". No entanto, Lang, descrito
pelo jornal "Libération" como
"figura eterna do mitterrandismo" [em referência ao ex-presidente François Mitterrand,
de quem foi ministro da Cultura], permanece membro do PS.
Crise no partido
De acordo com um artigo escrito por Michel Noblecourt,
editorialista do "Monde", "o
Partido Socialista é o alvo da
guerra de movimento lançada
por Nicolas Sarkozy".
"Não contente de haver recrutado seis personalidades de
esquerda para seu governo, o
presidente da República continua a fazer mercado no PS",
afirma Noblecourt, que calcula
que, com as atuais baixas sofridas, o partido se encontra "privado de um guia incontestável
para levá-lo à terra prometida
de sua renovação", tão necessária depois da derrota nas presidenciais de maio.
Com agências internacionais e "Le Monde"
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