São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Sondado por Sarkozy, dirigente do PS pede demissão

DA REDAÇÃO

O ex-ministro da Cultura da França Jack Lang pediu ontem sua demissão da direção do Partido Socialista (PS) -de oposição- após ter sido convidado pelo presidente Nicolas Sarkozy, no domingo, para integrar uma comissão de reforma das instituições.
A demissão do ex-ministro sucede a decisão dos socialistas de suspender dos cargos de direção membros do partido que participarem do governo conservador, anunciada anteontem, numa clara advertência a Lang, que ainda não afirmou se aceitará o convite de Sarkozy.
Lang não é o primeiro socialista a receber uma proposta do presidente. Antes dele vieram Bernard Kouchner, atual ministro das Relações Exteriores, Jean-Marie Bockel, convidado a comandar uma secretaria de Estado, e Eric Besson, ex-responsável pelas questões econômicas no PS e que aderiu à candidatura Sarkozy já antes do primeiro turno das presidenciais francesas.
Além disso, Sarkozy apóia a candidatura de Dominique Strauss-Kahn, outro socialista de peso, para substituir Rodrigo de Rato no comando do Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa estratégia de "abertura" de Sarkozy têm irritado membros do PS, que acusam o presidente de minar o Partido Socialista e "instrumentalizar" as nomeações.
Em carta ao líder do Partido Socialista, François Hollande, Lang afirmou: "Eu não me reconheço mais por meio dos seus [de Hollande] métodos de direção e, em conseqüência, eu apresento minha demissão como secretário nacional e suspendo minha participação nos trabalhos do escritório nacional". No entanto, Lang, descrito pelo jornal "Libération" como "figura eterna do mitterrandismo" [em referência ao ex-presidente François Mitterrand, de quem foi ministro da Cultura], permanece membro do PS.

Crise no partido
De acordo com um artigo escrito por Michel Noblecourt, editorialista do "Monde", "o Partido Socialista é o alvo da guerra de movimento lançada por Nicolas Sarkozy".
"Não contente de haver recrutado seis personalidades de esquerda para seu governo, o presidente da República continua a fazer mercado no PS", afirma Noblecourt, que calcula que, com as atuais baixas sofridas, o partido se encontra "privado de um guia incontestável para levá-lo à terra prometida de sua renovação", tão necessária depois da derrota nas presidenciais de maio.


Com agências internacionais e "Le Monde"


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