São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

DE NOVO, A CRISE

Europa decide vetar operação especulativa

Aposta na queda do preço de papéis é suspensa em 4 países depois de rumores derrubarem ações de bancos franceses

Medida foi adotada pelos EUA em 2008, após quebra do Lehman Brothers; Bolsas têm dia de recuperação

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Um dia depois de as ações dos bancos da região desabarem, autoridades europeias decidiram intervir e suspender uma operação que aposta na queda de papéis, tentando evitar que a crise se aprofunde no bloco.
Segundo a Esma (órgão regulador da Europa), França, Itália, Espanha e Bélgica suspenderão ou estenderão o veto à operação conhecida como venda a descoberto.
Anteontem, os papéis do setor foram derrubados pelos rumores de que o Société Générale, segundo maior banco francês, enfrentava problemas. No caso da França, o país mais atingido, a suspensão vale por ao menos 15 dias.
A venda a descoberto é usada por quem quer apostar na queda de uma ação. Se, por exemplo, um investidor acredita que as ações do Société Generale vão cair, ele vende esses papéis no início do dia e compra novamente, mais tarde, quando eles estiverem mais baratos. Assim, ele ganha com a diferença entre o que recebeu na venda e o que gastou na compra.
Para a Esma, as vendas a descoberto podem ser válidas, mas, "quando usadas em combinação com a propagação de rumores falsos, são claramente abusivas".
O tabloide britânico "The Daily Mail", que publicou reportagem dizendo que o Société estava "à beira do desastre", pediu desculpas "por qualquer constrangimento".
Não é a primeira vez que os países desenvolvidos adotam a suspensão das vendas a descoberto de papéis de bancos. Em 2008, EUA, Reino Unido, Alemanha e França fizeram isso logo após a quebra do Lehman Brothers.
Desta vez, porém, Reino Unido e EUA não devem seguir o mesmo caminho.
Antes mesmo da decisão, as Bolsas europeias tiveram dia de recuperação: Frankfurt subiu 3,28%, Londres, 3,11% e Paris, 2,89%. Em Nova York, a valorização foi de 3,95%, atribuída à queda nos pedidos de seguro-desemprego e ao bom resultado da Cisco no segundo trimestre.
Os europeus estudam outras medidas. Na Itália, por exemplo, o governo quer aumentar a tributação sobre ganhos com capital de 12,5% para 20%, como parte do pacote para reduzir o deficit.
A Suíça estuda indexar o franco ao euro, já que a moeda se valoriza fortemente, com os investidores apostando nela como "porto seguro". Ontem, porém, a divisa chegou a cair 5,7% ante o euro, o maior recuo desde 1999.

Colaborou GIULIANA VALLONE, de São Paulo


Texto Anterior: De novo, a crise: Para professor, não há crise fiscal nos EUA
Próximo Texto: Disputa: Bilionário Soros tentou sufocar atriz brasileira, afirma 'NY Post'
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.