São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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DEFESA ATACADA

Avião sequestrado destrói parte do prédio do Pentágono

Secretário de Defesa estava no local no momento do ataque terrorista; CNN estima em 800 os mortos na ação contra a sede militar dos EUA

France Presse
Imagens da parte sudoeste do Pentágono incendiada pela colisão de um avião de linha


DA REDAÇÃO

O Pentágono, sede do comando militar dos EUA, foi parcialmente destruído ontem após um Boeing-757 ter colidido contra o prédio, nas cercanias de Washington.
Funcionários disseram que o número de mortos deveria ser grande, mas não quiseram dar estimativas. A TV CNN estimou em até 800 os mortos no prédio, onde trabalham cerca de 20 mil pessoas.
A aeronave da American Airlines levava 64 pessoas -58 passageiros, quatro tripulantes e os dois pilotos- e deixou o aeroporto de Washington por volta das 9h30 (horário local) com seus tanques cheios, preparado para uma viagem até Los Angeles e foi desviado de sua rota minutos após a decolagem.
O avião atingiu a parte externa do edifício com enorme força, causando estragos até no pátio central da construção. Glenn Flood, porta-voz do Pentágono, disse que o atentado produziu "inúmeros feridos e um número desconhecido de vítimas".
Mais de 40 pessoas em estado grave deram entrada em hospitais de Washington. Muitos sofriam de queimaduras e de problemas respiratórios decorrentes da inalação de fumaça.
A colisão foi acompanhada de uma enorme explosão que destruiu um dos cinco lados do edifício cinza. Funcionários do Pentágono disseram que a sala do comando militar dos EUA permaneceu intacta, mas não disseram se os comandantes foram atingidos pela explosão.
O acidente ocorreu no lado oposto do prédio do gabinete do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, no local em que funciona o setor responsável pela logística e planejamento do Exército dos EUA. Rumsfeld estava no prédio no momento do choque e disse que tentou ajudar as vítimas antes de ser retirado do local, sem ferimentos. Disse depois: "O pentágono está funcionando e estará aberto amanhã".
As primeiras notícias afirmavam que um helicóptero teria atingido o local, mas as últimas informações relatavam que a explosão no centro militar dos EUA teria sido causada pelo avião da American Airlines, que, segundo testemunhas, acelerou ao aproximar-se da estrutura.
"O prédio foi atingido por um avião", confirmou David Cook, diretor administrativo do Pentágono. O edifício foi imediatamente desocupado. Os funcionários foram levados para o estacionamento do prédio e os altos funcionários das Forças Armadas dos EUA foram retirados do local em helicópteros. O ex-comandante da Otan Wesley Clark disse: "Já sabíamos que algum grupo planejava fazer isso. Obviamente não fizemos o suficiente."

Pânico na capital
Momentos após o atentado no Pentágono, correu a notícia de que um carro-bomba teria explodido diante do Departamento de Estado dos EUA, no noroeste de Washington, próximo ao Memorial Lincoln, mas a notícia depois foi desmentida.
A desocupação de todos os prédios do governo na capital e falsas notícias sobre outros possíveis atentados em Washington levou a população da cidade ao pânico.
A Casa Branca, o Congresso, a Corte Suprema e os demais prédios do governo foram fechados. Estão em funcionamento apenas os prédios das agências de segurança, onde os comandos militares estariam se reunindo para traçar estratégia de reação.
Decretado o estado de emergência, a polícia local isolou a área dos prédios do governo e ordenou que a população deixasse o centro da cidade.

Com agências internacionais

Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online




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