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HORROR EM WASHINGTON
Governo fecha Casa Branca, Congresso e prédios públicos
Vice-presidente e integrantes do Conselho de Segurança Nacional se refugiam em prédio subterrâneo secreto
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Uma sensação inédita de vulnerabilidade atingiu ontem o centro
político e militar dos EUA, nação
mais poderosa do mundo.
Minutos depois do ataque terrorista que destruiu parte do Pentágono, o governo decidiu fechar
a Casa Branca, o Capitólio e todos
os outros prédios públicos da capital do país. O vice-presidente,
Dick Cheney, líderes no Congresso e integrantes do Conselho de
Segurança Nacional foram removidos para um prédio subterrâneo
secreto.
Jatos F-16, da Força Aérea norte-americana, sobrevoaram o
centro da cidade. Como todos os
vôos comerciais no país foram
suspensos e não havia certeza
com relação ao número de aviões
sequestrados, os pilotos militares
receberam a missão de derrubar
qualquer aeronave que se aproximasse da cidade.
Ofegante, depois de descer cinco lances de escadas do prédio
que abriga a sede do Federal Deposit Insurance Corporation, a
quatro quarteirões da Casa Branca, a fiscal de contabilidade Debby
Carlson, 42 anos, juntou-se na rua
a uma multidão de funcionários
públicos que, calados, olhavam
para o céu. Quarenta minutos antes, o Pentágono fora atacado.
Quase duas horas antes, dois outros aviões atingiram as torres do
World Trade Center, em Nova
York, derrubando-as mais tarde.
"Disseram que tem outro avião
vindo", gritou. "Agora eles querem a Casa Branca", alertou.
"Eles", na visão de Carlson, são os
terroristas. "No dia em que eles
destruírem Washington, será o
fim do mundo livre."
Pessoas andavam, a esmo, com
crachás pendurados. Outros tentavam, sem sucesso, usar celulares. No início, acreditava-se que
uma bomba teria explodido no
Congresso e que o Departamento
de Estado estaria em fogo. As informações, mais tarde desmentidas, ajudaram a elevar o pânico.
As autoridades decretaram estado de emergência na cidade.
Operações do Metrô foram interrompidas durante um período. O
trânsito, restrito por dezenas de
bloqueios de segurança, ficou
caótico. Ninguém podia chegar a
uma distância inferior a três quarteirões da Casa Branca.
Os museus ao longo da longa
área verde conhecida como
"Mall" não funcionaram, assim
como a maioria das embaixadas.
Turistas, atônitos, pediam ajuda a
policiais com metralhadoras.
A fumaça vinda do Pentágono,
do outro lado do Rio Potomac,
que separa Washington do Estado da Virgínia, misturava-se à
imagem do Monumento de Washington, obelisco da cidade. "A cidade está mais tensa do que durante a crise dos mísseis com Cuba, em 1962", disse o senador
Chuck Grassley, republicano de
Iowa que misturou-se à multidão.
"Só que, agora, fomos atingidos."
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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