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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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Familiares protestam contra projeto no WTC

DE NOVA YORK

Além do luto e da tristeza, a cerimônia no "Ground Zero" foi marcada por um protesto silencioso. Com fotos dos mortos nos ataques, a maior parte das famílias presentes exibia na roupa uma fita amarela de borda preta.
O acessório foi distribuído durante o evento por ativistas de uma campanha contra os atuais projetos de reconstrução da área. O grupo deseja que as bases onde as torres foram erigidas permaneçam intocadas. "Nunca achamos o corpo do meu irmão. Provavelmente nunca acharemos nada. Esse local foi tudo o que sobrou", lamenta Carol Di Benedictis.
Na véspera do aniversário dos ataques, cerca de 300 famílias fizeram manifestação pela preservação do terreno em que ficava o World Trade Center. Durante o protesto, um vídeo da campanha de reeleição do atual governador de Nova York, George Pataki, foi vaiado. Nele, Pataki afirmava que nada seria construído na área.
A construção de um memorial para as vítimas se tornou o principal tema de debates nas ruas, na televisão e entre os políticos.
O arquiteto Daniel Libeskind venceu o concurso para escolher o projeto de substituição do WTC, propondo a construção de uma torre de 541 metros.
Os familiares, entretanto, são contra. No evento oficial de ontem, muitos exibiam cartazes com os dizeres: "Preserve o nosso solo sagrado". Esse também parece ser o sentimento de Rudolph Giuliani, prefeito na época do 11 de Setembro. "Não podemos colocar a questão comercial acima dos sentimentos das pessoas que perderam seus familiares e amigos. Não sou arquiteto, mas o memorial tem de expressar claramente o sentimento que atingiu a cidade", disse ele.
Alheio às questões municipais, do lado de fora da área da cerimônia do "Ground Zero", um manifestante segurava uma faixa: "O governo Bush armou os ataques do 11 de Setembro". Geoffrey Blank afirmou que o dia de ontem deveria ser uma data de protestos contra o governo dos EUA.
Em torno de Blank formou-se um bate-boca entre pessoas favoráveis e contrárias ao governo Bush. "Bush está violando os direitos civis", gritou uma delas. "Bush está certo: temos de matar os terroristas do mundo", replicou outra. A polícia apartou a discussão. (CC)


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