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Familiares protestam
contra projeto no WTC
DE NOVA YORK
Além do luto e da tristeza, a cerimônia no "Ground Zero" foi
marcada por um protesto silencioso. Com fotos dos mortos nos
ataques, a maior parte das famílias presentes exibia na roupa
uma fita amarela de borda preta.
O acessório foi distribuído durante o evento por ativistas de
uma campanha contra os atuais
projetos de reconstrução da área.
O grupo deseja que as bases onde
as torres foram erigidas permaneçam intocadas. "Nunca achamos
o corpo do meu irmão. Provavelmente nunca acharemos nada.
Esse local foi tudo o que sobrou",
lamenta Carol Di Benedictis.
Na véspera do aniversário dos
ataques, cerca de 300 famílias fizeram manifestação pela preservação do terreno em que ficava o
World Trade Center. Durante o
protesto, um vídeo da campanha
de reeleição do atual governador
de Nova York, George Pataki, foi
vaiado. Nele, Pataki afirmava que
nada seria construído na área.
A construção de um memorial
para as vítimas se tornou o principal tema de debates nas ruas, na
televisão e entre os políticos.
O arquiteto Daniel Libeskind
venceu o concurso para escolher
o projeto de substituição do
WTC, propondo a construção de
uma torre de 541 metros.
Os familiares, entretanto, são
contra. No evento oficial de ontem, muitos exibiam cartazes
com os dizeres: "Preserve o nosso
solo sagrado". Esse também parece ser o sentimento de Rudolph
Giuliani, prefeito na época do 11
de Setembro. "Não podemos colocar a questão comercial acima
dos sentimentos das pessoas que
perderam seus familiares e amigos. Não sou arquiteto, mas o memorial tem de expressar claramente o sentimento que atingiu a
cidade", disse ele.
Alheio às questões municipais,
do lado de fora da área da cerimônia do "Ground Zero", um manifestante segurava uma faixa: "O
governo Bush armou os ataques
do 11 de Setembro". Geoffrey
Blank afirmou que o dia de ontem
deveria ser uma data de protestos
contra o governo dos EUA.
Em torno de Blank formou-se
um bate-boca entre pessoas favoráveis e contrárias ao governo
Bush. "Bush está violando os direitos civis", gritou uma delas.
"Bush está certo: temos de matar
os terroristas do mundo", replicou outra. A polícia apartou a discussão.
(CC)
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