São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / CAMPANHA QUENTE

Na primeira entrevista, Palin defende força contra Rússia

Candidata a vice republicana critica Irã e faz apologia a ataques preventivos

Questionada pela sua falta de credenciais em política externa, governadora do Alasca afirma que está "pronta para governar"

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Ao se dizer "pronta para ser presidente", Sarah Palin, vice na chapa do republicano John McCain à Casa Branca, afirmou em entrevista à rede de TV ABC ontem que as ações de Moscou em agosto contra a Geórgia "são inaceitáveis" e não descartou um ataque ao país para defender o aliado no Cáucaso.
O ataque ocorreria, segundo ela, caso a Geórgia fizesse parte da Otan (aliança militar ocidental) e sofresse uma invasão. "O tratado significa que podemos ser chamados à ação." A candidata apóia a entrada da Geórgia na aliança, em um processo de adesão que avança a passos lentos. "Temos que manter a atenção na Rússia. Invadir um país democrático sem provocação é inaceitável."
O conflito de seis dias entre Tbilisi e Moscou eclodiu quando o governo georgiano tentou retomar à força a região separatista da Ossétia do Sul -sob tutela russa desde 1992 devido a acordos internacionais. A Rússia reagiu militarmente.
Em um momento explorado na mídia depois, Palin pareceu confusa quando indagada sobre seu apoio à "doutrina Bush" -que admite ataques preventivos-, pensando se tratar da visão de mundo do presidente.
Após uma breve definição, a governadora do Alasca respondeu que não hesitaria em empreender tais ataques se "informações legítimas de inteligência" confirmassem uma ameaça iminente. "Há terroristas islâmicos determinados a destruir a América. Devemos usar todas as opções."
Palin tentou se mostrar diligente em uma área na qual tem tido experiência e conhecimentos questionados -política externa. Admitiu que nunca foi ao exterior se reunir com chefes de Estado e que sua experiência fora do país se resume a visitas a Canadá, México, Kwait e Alemanha (nos dois últimos, para visitar soldados americanos).
Ela ainda criticou o Irã, dizendo que a possibilidade de Teerã obter armas nucleares é "extremamente perigosa para todos" e afirmou que, se Israel atacasse instalações nucleares iranianas, "não questionaria as medidas de defesa" do aliado. O Irã diz apenas buscar energia.
Ainda ontem, o democrata Barack Obama e o republicano John McCain participaram de um Fórum transmitido ao vivo pela TV na Universidade Columbia, onde discutiram serviço civil e voluntário.
No sétimo aniversário do 11 de Setembro, ambos deram uma trégua nos ataques dos últimos dias e trocaram elogios.
Apresentando-se separadamente, defenderam valores básicos dos partidos sobre o tamanho do governo -mais atuante para os democratas e sem interferir "no que pode ser deixado para a iniciativa privada" na visão dos republicanos.


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