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EUA evitam polêmica em ato por nono ano do 11/9
No Afeganistão, mais de mil fazem protesto
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Apesar do clima tenso que
cercou o nono aniversário do
11 de Setembro, familiares
prestaram homenagem aos
mortos ontem em Nova York
sem mencionar mesquita ou
queima do Alcorão.
Durante mais de três horas, filhos, sobrinhos, pais,
irmãos e tios das vítimas se
revezaram com representantes da reconstrução do Marco
Zero, onde as Torres Gêmeas
despencaram, para ler os
2.752 nomes dos mortos nos
ataques de 2001 nos EUA.
Em pequeno parque em
frente às obras, parentes carregavam flores, bandeiras,
fotos e uniformes da polícia e
dos bombeiros para o tributo
que acontece anualmente.
Quatro minutos de silêncio marcaram os momentos
em que os aviões bateram
nas torres e em que cada prédio caiu. Os políticos presentes -entre eles, o prefeito de
NY, Michael Bloomberg, e o
vice-presidente do país, Joe
Biden- fizeram discursos
sucintos e sem polêmicas.
Entre os familiares, alguns
pediram "que se ergam pontes entre as pessoas para que
isso nunca se repita" e que o
Marco Zero "seja respeitado
como um lugar sagrado".
Nenhum deles falou diretamente sobre o centro islâmico que pode ser construído
a duas quadras dali e que
vem dividindo os americanos. Tampouco foi mencionado, ao microfone, o pastor
da Flórida que ameaçou
queimar cópias do Alcorão.
Mas, a poucos metros dali,
manifestantes seguravam
cartazes de ódio a muçulmanos, enquanto outros protestavam contra a islamofobia.
QUEIMA DO ALCORÃO
O evangélico Terry Jones,
que ganhou fama mundial
ao convocar fiéis a queimar o
livro sagrado do islã, passou
o dia em Nova York, onde
pretendia convencer o imã
Feisal Abdul Rauf a mudar o
centro islâmico de lugar.
Em entrevista, Jones, que
ficou na cidade sob escolta
policial, afirmou que não levará a fogueira adiante "nem
hoje [ontem] nem nunca".
No Afeganistão, pelo menos mil pessoas fizeram manifestações contra o pastor
em três cidades da região de
Badajshan, no norte do país.
O presidente Barack Obama discursou no Pentágono
para pedir união e tolerância.
"Como americanos, nós não
estamos -e nunca estaremos- em guerra contra o islã. Não foi uma religião que
nos atacou naquele dia de setembro -foi a Al Qaeda."
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