São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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EUA evitam polêmica em ato por nono ano do 11/9

No Afeganistão, mais de mil fazem protesto

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Apesar do clima tenso que cercou o nono aniversário do 11 de Setembro, familiares prestaram homenagem aos mortos ontem em Nova York sem mencionar mesquita ou queima do Alcorão.
Durante mais de três horas, filhos, sobrinhos, pais, irmãos e tios das vítimas se revezaram com representantes da reconstrução do Marco Zero, onde as Torres Gêmeas despencaram, para ler os 2.752 nomes dos mortos nos ataques de 2001 nos EUA.
Em pequeno parque em frente às obras, parentes carregavam flores, bandeiras, fotos e uniformes da polícia e dos bombeiros para o tributo que acontece anualmente.
Quatro minutos de silêncio marcaram os momentos em que os aviões bateram nas torres e em que cada prédio caiu. Os políticos presentes -entre eles, o prefeito de NY, Michael Bloomberg, e o vice-presidente do país, Joe Biden- fizeram discursos sucintos e sem polêmicas.
Entre os familiares, alguns pediram "que se ergam pontes entre as pessoas para que isso nunca se repita" e que o Marco Zero "seja respeitado como um lugar sagrado".
Nenhum deles falou diretamente sobre o centro islâmico que pode ser construído a duas quadras dali e que vem dividindo os americanos. Tampouco foi mencionado, ao microfone, o pastor da Flórida que ameaçou queimar cópias do Alcorão.
Mas, a poucos metros dali, manifestantes seguravam cartazes de ódio a muçulmanos, enquanto outros protestavam contra a islamofobia.

QUEIMA DO ALCORÃO
O evangélico Terry Jones, que ganhou fama mundial ao convocar fiéis a queimar o livro sagrado do islã, passou o dia em Nova York, onde pretendia convencer o imã Feisal Abdul Rauf a mudar o centro islâmico de lugar.
Em entrevista, Jones, que ficou na cidade sob escolta policial, afirmou que não levará a fogueira adiante "nem hoje [ontem] nem nunca".
No Afeganistão, pelo menos mil pessoas fizeram manifestações contra o pastor em três cidades da região de Badajshan, no norte do país.
O presidente Barack Obama discursou no Pentágono para pedir união e tolerância. "Como americanos, nós não estamos -e nunca estaremos- em guerra contra o islã. Não foi uma religião que nos atacou naquele dia de setembro -foi a Al Qaeda."


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