São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE MÍDIA

Imprensa relembra as vítimas com sobriedade

Até a Fox News interrompeu críticas a Obama e adotou tom respeitoso; no Brasil, TV aberta deu pouca atenção

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

O domingo abriu com as capas dos jornais ao redor dos Estados Unidos reproduzindo, em muitos casos em página inteira, as duas torres do World Trade Center com imagens virtuais -a exemplo do que fez a "Time" da semana, com dois feixes de luz subindo de Nova York para o céu.
Nas manchetes, além de variações com a data "9/11", enunciados como "Nós nunca vamos esquecer", "Lembrança", referência às vítimas dos ataques.
Uma exceção foi o "New York Times", que abriu uma foto destacando nomes de vítimas no memorial do Marco Zero, mas dedicou manchete e submanchete a outros assuntos, respectivamente o favorecimento tributário das empresas que criam videogames e o isolamento de Israel no Oriente Médio.
A reportagem sobre videogames foi a mais popular no site, o dia todo. Na televisão, a cobertura nos canais de notícias americanos que são transmitidos pelas operadoras de TV paga no Brasil, Fox News e CNN, seguiu a sobriedade apresentada na imprensa.
Concentrou-se nas cerimônias, em que o presidente Barack Obama se apresentou ao lado do ex-presidente George W. Bush, interrompendo por um dia a divisão política entre democratas e republicanos, e na lembrança das vítimas -não só as que estavam nos prédios atingidos, inclusive no Pentágono, mas também os passageiros dos aviões e os bombeiros.
Usualmente crítica de Obama e demonizadora do islamismo, a Fox News, de Rupert Murdoch, adotou tom sóbrio e respeitoso, embora ainda com cores nacionalistas.
Canais de notícias globais e vinculados aos respectivos governos, a britânica BBC World e a quatariana Al Jazeera English -agora também transmitida pela TV paga em Nova York, canal 92- trouxeram as cerimônias entre o final da manhã e o início da tarde, em tom mais jornalístico.
Acompanhada via internet no Brasil -onde as operadoras ainda resistem- o canal em inglês da Al Jazeera diferiu muito, porém, da Al Jazeera original, que deixou de lado as cerimônias em favor de reportagens e debates sobre a Líbia e a Palestina. No Brasil, as redes abertas deram pouca atenção, apenas com algumas entradas ao longo do dia, mas os canais de notícias derrubaram a programação regular para transmitir as cerimônias.
A Globo News atravessou o domingo no assunto, dedicando mais tempo do que, por exemplo, a BBC World.


Texto Anterior: 'Dor nunca cessa', afirma parente de uma das vítimas
Próximo Texto: Chilenos vão às ruas para lembrar seu 11 de Setembro
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.