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ELEIÇÃO
Aliança religiosa é contrária ao ditador Musharraf
Partidos radicais islâmicos obtêm votação histórica no Paquistão
DA REDAÇÃO
Partidos radicais islâmicos que
se opõem à influência dos EUA
sobre o Paquistão e à presença
americana no Afeganistão obtiveram surpreendentes resultados
ontem, na fase final do escrutínio
das eleições paquistanesas, o que,
potencialmente, lhes dará a oportunidade de participar da coalizão
que, segundo as regras vigentes,
deverá substituir o regime militar
liderado pelo ditador Pervez
Musharraf no futuro.
Com a maioria das 272 cadeiras
que estavam em disputa direta
definida, um partido fiel a Musharraf (Liga Muçulmana do Paquistão Quaid-e-Azam, LMPQA)
estava na primeira colocação,
mas ainda se encontrava longe da
maioria na Assembléia Nacional.
Os partidos religiosos radicais
se aproveitaram do descontentamento popular com a cooperação
do Paquistão com a guerra ao terrorismo liderada pelos EUA e obtiveram uma grande vitória nas
Províncias situadas no oeste (vizinhas do Afeganistão), a Fronteira
Noroeste e o Baluquistão.
De acordo com analistas, o elevado número de eleitores que não
votaram e o fato de que os ex-premiês Nawaz Sharif e Benazir
Bhutto não puderam concorrer
por impedimentos legais também
favoreceram a boa performance
dos partidos radicais.
Por enquanto, espera-se que os
partidos independentes e regionais se alinhem à LMPQA, classificada de "partido do rei" -por
conta de seu apoio a Musharraf-
por seus adversários políticos,
com o intuito de formar uma coalizão governamental.
Mas a Mutahidda Majlis-e-Amal (MMA), uma aliança de
partidos muçulmanos radicais,
que conquistou 47 cadeiras na Assembléia Nacional, deverá ter um
papel importante. Ela tinha apenas duas cadeiras até então.
"Com a MMA no comando da
Fronteira Noroeste e do Baluquistão, a busca por rebeldes do Taleban ou da Al Qaeda ficará quase
impossível nessa região", disse
Najam Sethi, editor do influente
"Friday Times", que acrescentou
que a aliança pode começar a implementar a lei islâmica na região.
Bhutto, chefe exilada do Partido
do Povo do Paquistão, que liderava a disputa, segundo pesquisas
de boca-de-urna, acusou Musharraf de fraudar o pleito. Para
ela, o general favoreceu os partidos radicais para "mostrar aos
EUA que ainda é uma figura crucial para manter a paz no país".
Com agências internacionais
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