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Dissidência do IRA renuncia à violência
Inla lutava contra o controle britânico na Irlanda do Norte; Hillary Clinton pede boa vontade de Londres
DA REDAÇÃO
O Exército Irlandês de Libertação Nacional -dissidência do
Exército Republicano Irlandês
(IRA)- renunciou à violência
contra o controle britânico na
Irlanda do Norte.
O anúncio foi feito ontem por
Martin McMonagle, do braço
político do grupo, o Partido Republicano Socialista Irlandês:
"[...] Após um processo de profundas discussões, consultas e
análises, [o grupo] decidiu que
a luta armada terminou. O objetivo de uma república de 32
condados será alcançado unicamente por meio da luta política pacífica", completou, referindo-se à reivindicação de
uma Irlanda unificada.
Não houve menção sobre entrega de armas, mas a mídia irlandesa disse que ela poderá
ocorrer mais adiante.
"É um desdobramento bem-vindo", afirmou o ministro das
Relações Exteriores da Irlanda,
Michael Martin.
O anúncio do fim da violência
por parte do Inla coincide com
a visita oficial da secretária de
Estado dos EUA, Hillary Clinton, à Irlanda. Ela se encontrou
ontem, em Dublin, com o primeiro-ministro do país, Brian
Cowen, e instou o Reino Unido
a conceder à Irlanda do Norte
controle sobre seu Judiciário,
com o objetivo de dar prosseguimento ao processo de paz na
região.
Hillary, que deve se reunir
hoje, em Belfast, com líderes
norte-irlandeses, disse que o
processo de paz na ilha é modelo para outras regiões do mundo. Mas lembrou que ainda há
muito a ser feito.
"[O anúncio] levará líderes
de ambas as comunidades a trabalharem juntos [...] para tornar uma realidade o ato de governar no dia a dia", afirmou
Hillary em entrevista conjunta
com Cowen.
"A devolução do controle da
ordem e do Judiciário à Irlanda
do Norte é um marco absolutamente essencial", afirmou.
"Claramente, há questões e algumas apreensões, mas os partidos entendem que esse é um
passo que deve ser tomado em
conjunto", completou Clinton.
Pontuando o anúncio, dez
policiais ficaram feridos ontem
em "sérios distúrbios" envolvendo cerca de 150 pessoas no
condado de Armagh (sul de
Belfast). Segundo a polícia,
uma multidão atacou uma patrulha e quebrou os vidros das
viaturas, além de ter esmurrado e chutado os policiais.
Histórico mortífero
Os combates entre grupos
nacionalistas irlandeses e pró-Reino Unido mataram 3.600
pessoas até 1998, quando foi assinado um tratado de paz com
os principais grupos de ambos
os lados, incluindo o IRA.
Politicamente à esquerda do
IRA, o Inla surgiu em 1975 e se
tornou uma das mais cruéis
guerrilhas republicanas. Em
1979, em um ataque a bomba
em Londres, o grupo paramilitar matou um ex-auxiliar da
primeira-ministra britânica
Margaret Thatcher.
Com agências internacionais
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