São Paulo, quarta-feira, 12 de outubro de 2011

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Paquistão acusa de traição médico que ajudou os EUA

Shakeel Afridi chefiou vacinação falsa para rastrear paradeiro de Bin Laden

Paquistanês está preso desde maio por espionagem; Washington queria lhe oferecer refúgio


DE SÃO PAULO

O médico paquistanês envolvido na campanha falsa de vacinação da CIA para capturar Osama bin Laden deve ser acusado de traição no Paquistão -e, se condenado, enfrentará a pena de morte.
A recomendação foi feita ao governo por uma comissão que investiga a operação militar dos EUA que matou o ex-líder da rede terrorista Al-Qaeda em 1º de maio, na cidade de Abbottabad.
Três semanas depois, o médico Shakeel Afridi foi preso pelo ISI, serviço de inteligência paquistanês, em Peshawar. Desde setembro, ele está proibido de deixar o território paquistanês.
A manobra impede que Washington ofereça refúgio ao médico nos EUA.
Antes da morte de Bin Laden, Afridi coordenou uma campanha falsa de vacinação em Abbottabad para rastrear o paradeiro do terrorista. A farsa foi denunciada em julho pelo "Guardian".
A CIA sabia que Bin Laden estava escondido ali, mas tentava localizar a casa dele. O plano era tirar amostras de sangue de supostos parentes de Bin Laden e compará-las com o DNA de uma irmã do terrorista, morta nos EUA.
Moradores de vários bairros da cidade acreditaram ser vacinados contra hepatite B quando, na verdade, eram figurantes da armadilha. Uma autoridade americana disse ao "Guardian" que "a vacinação foi parte da caçada ao maior terrorista do mundo, nada além". Washington vê o médico como herói, enquanto Islamabad o acusa de integrar uma rede de espionagem no país, tramada pelos EUA.


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