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SUCESSÃO NOS EUA / GUERRA SEM FIM
Eleito quer usar Irã contra Bin Laden
Estratégia citada por assessores de Obama ouvidos pelo "Post" explora rivalidade entre xiitas e sunitas
Captura do chefe da Al Qaeda será prioridade; líder paquistanês pede fim de ataques unilaterais dos EUA, mas evita crítica a Obama
DA REDAÇÃO
O presidente eleito Barack
Obama pretende tornar o combate à Al Qaeda e a caça ao líder
do grupo, Osama bin Laden,
prioridade da política externa
americana, afirmaram seus assessores de segurança ao "Washington Post".
Os planos de negociação com
o Irã, que provocaram controvérsia durante a campanha, são
parte dessa estratégia, segundo
o jornal, que não informou o
nome de suas fontes.
O Irã foi um dos principais
beneficiários da "guerra ao terror", que enfraqueceu rivais sunitas do país, de maioria do ramo xiita do islã. As tropas da
Otan, aliança militar ocidental,
derrubaram o ditador iraquiano Saddam Hussein, inimigo
contra o qual os iranianos lutaram nos anos 80, e o regime radical sunita do Taleban no Afeganistão.
Os interesses em comum, porém, não representaram uma
aproximação entre os países,
apesar do apoio iraniano à invasão do Afeganistão em 2001.
George W. Bush colocou Teerã
no "eixo do mal" e depois condicionou a cooperação a restrições ao programa nuclear iraniano -condição descartada
por Teerã, que nega ter finalidade bélica.
Obama criticou duramente a
atual política exterior dos EUA
durante a campanha e afirmou
que negociaria com o Irã sem
impor precondições. O democrata, que se opôs à invasão do
Iraque e pretende iniciar a retirada das tropas do país, apresentou a estabilidade do Afeganistão como prioridade.
Segundo os assessores citados pelo "Post", Obama acredita que o governo Bush não priorizou o suficiente a captura de
Bin Laden. Acredita-se que ele
esteja escondido na porosa
fronteira afegã-paquistanesa.
Obama quer aumentar o contingente militar no Afeganistão
e não descarta ataques em solo
paquistanês. O democrata acusa o país, principal aliado regional dos EUA, de leniência no
combate ao terrorismo.
As recentes incursões aéreas
americanas, que mataram dezenas de civis paquistaneses,
provocam tensões com Islamabad. Ontem, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, criticou as ações militares unilaterais, que, segundo ele, provocam revolta da população e prejudicam os esforços de combate ao terrorismo.
Em entrevista à "Associated
Press", Zardari disse acreditar
que Obama reavaliará essa estratégia, mas reconheceu que o
democrata talvez autorize ataques e evitou respostas duras às
críticas feitas pelo americano.
A aliança com a Casa Branca
arrefeceu desde a derrocada do
ditador Pervez Musharraf,
afastado em agosto da Presidência, mas a parceria ainda é
fundamental para o Paquistão.
O país, afetado pela crise financeira, busca ajuda do Fundo
Monetário Internacional.
Com agências internacionais
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