São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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OUTRO LADO

Governo diz que dá assistência a comunidades

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

O governo da Venezuela diz estar atento às mortes em ao menos três aldeias ianomâmi no sul do país.
"Vamos continuar a vigilância e a assistência. Temos mais horas de voo disponíveis [para o uso de helicópteros e aviões das Forças Armadas] para chegar às comunidades", disse à Folha Miguel Millán, diretor de Saúde para o Estado do Amazonas.
Millán diz que as horas de voo à disposição das equipes de saúde -seis ao todo- são adequadas para enfrentar o problema.
"Esse é o plano que temos com base na informação que temos. Se contatarmos mais comunidades, isso pode mudar. Vamos revisando."
Ele admite, porém, que há restrições para o uso de helicópteros.
Millán afirma que o governo trabalha com um número estimado de 17 mortos em três aldeias ianomâmis, desde agosto último: uma criança que morreu durante a visita da primeira equipe de saúde, em outubro, e 16 óbitos contabilizados com base em depoimentos dos indígenas e análise de antropólogos e médicos.
Com respeito à cifra de 51 mortos, o funcionário venezuelano lança algumas hipóteses. Na visão dele, pode ter ocorrido contabilização duplicada da mesma morte.
Aponta ainda a interdição tradicional dos ianomâmis para falar sobre mortos e a noção de tempo da etnia, distinta da ocidental, como possíveis fatores de distorção.
A Folha buscou contato com o Ministério para os Povos Indígenas desde anteontem, mas não teve resposta.


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