São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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VENEZUELA

Jornal que critica Chávez diz que governo cortou seu papel

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

O jornal venezuelano "Correo del Caroní", feroz crítico do presidente Hugo Chávez, não circulará hoje sob a alegação de que o governo está bloqueando a importação de papel.
Segundo o jornal, "o regime de Chávez negou os dólares à empresa Dipalca, que eles sabem ser importadora do papel chileno para jornais que usamos exclusivamente na impressão deste diário".
Devido à rígida legislação cambial, a importação com dólares subsidiados (oficial) precisa de aprovação da Cadivi (Comissão de Administração de Divisas), órgão do governo federal. Fora da Cadivi, a compra fica muito mais onerosa, já que a diferença entre o câmbio paralelo e o oficial está em aproximadamente 165%.
Com 30 anos de existência, o jornal circula principalmente em Ciudad Guayana, um importante pólo industrial 700 km a leste de Caracas, com cerca de 700 mil habitantes.
Segundo o diretor do "Correo", David Natera, uma solução seria emprestar papel dos outros jornais, mas todos os que ele procurou alegaram ter estoques baixos.
Outros dois diários do interior do país, "El Impulso" (Barquisimeto) e "El Carabobeño" (Valencia), dizem ter o mesmo problema.
Em nota divulgada ontem, a ONG Repórteres Sem Fronteiras disse estar "preocupada" com a situação. "O caso do "Correo de Caroní" não é o primeiro desse tipo", afirmam.
Até ontem à tarde, o Cadivi não havia se pronunciado sobre as acusações feitas pelo "Correo del Caroní".


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