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VENEZUELA
Jornal que critica Chávez diz que governo cortou seu papel
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O jornal venezuelano
"Correo del Caroní", feroz
crítico do presidente Hugo
Chávez, não circulará hoje
sob a alegação de que o governo está bloqueando a importação de papel.
Segundo o jornal, "o regime de Chávez negou os dólares à empresa Dipalca, que
eles sabem ser importadora
do papel chileno para jornais
que usamos exclusivamente
na impressão deste diário".
Devido à rígida legislação
cambial, a importação com
dólares subsidiados (oficial)
precisa de aprovação da Cadivi (Comissão de Administração de Divisas), órgão do
governo federal. Fora da Cadivi, a compra fica muito
mais onerosa, já que a diferença entre o câmbio paralelo e o oficial está em aproximadamente 165%.
Com 30 anos de existência,
o jornal circula principalmente em Ciudad Guayana,
um importante pólo industrial 700 km a leste de Caracas, com cerca de 700 mil habitantes.
Segundo o diretor do "Correo", David Natera, uma solução seria emprestar papel
dos outros jornais, mas todos
os que ele procurou alegaram ter estoques baixos.
Outros dois diários do interior do país, "El Impulso"
(Barquisimeto) e "El Carabobeño" (Valencia), dizem
ter o mesmo problema.
Em nota divulgada ontem,
a ONG Repórteres Sem
Fronteiras disse estar "preocupada" com a situação. "O
caso do "Correo de Caroní"
não é o primeiro desse tipo",
afirmam.
Até ontem à tarde, o Cadivi
não havia se pronunciado sobre as acusações feitas pelo
"Correo del Caroní".
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