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Região rejeita golpe de Estado em Honduras
DA REDAÇÃO
Resultados do Latinobarómetro mostram que só 24% da
população dos 18 países da região pesquisados apoiam a decisão dos militares de "expulsar
Manuel Zelaya" de Honduras.
O golpe -o primeiro da região em três décadas- também
é rejeitado pelos próprios hondurenhos (58%), embora o percentual esteja mal distribuído
entre as faixas de escolaridade
do país hoje sob o comando de
Roberto Micheletti.
Entre os que têm nível universitário, o apoio à deposição
de Zelaya chega a 40%, contra
30% e 27% entre os que têm ensino médio ou menos e os que
têm educação básica ou menos,
respectivamente.
A ONG chilena contratou o
instituto Cid-Gallup para aplicar o questionário em Honduras entre 21 de setembro -data
em que Zelaya voltou ao país-
e 26 de outubro e aponta que
65% da população desaprova a
forma como Micheletti está lidando com a crise econômica.
A aprovação à gestão de Zelaya é de 48%, evidenciando a divisão em Honduras.
Com a condenação do golpe
pela OEA (Organização dos Estados Americanos), o país sofre
com o congelamento de grande
parte da ajuda internacional,
que perfaz quase 20% do Orçamento do país.
Contradição brasileira
O Latinobarómetro mostra
que, pela primeira vez, a confiança da população nos governos empata com a destinada às
Forças Armadas (45%, atrás da
mídia e da Igreja Católica). Mas
há ambiguidade quanto ao papel dos militares e à confiança
nos mecanismos democráticos
para resolver conflitos.
No Brasil, 61% da população
opina que os militares devem
depor um presidente se ele fizer algum ato que contradiga a
Constituição. A taxa é a mais alta da região, seguida do México
(58%) e do Paraguai (54%). Na
região a média é de 42%, e as
mais baixas taxas estão no Uruguai (23%) e no Chile (25%).
Em Honduras, 48% concorda com a ideia. Os golpistas sustentam que foi justamente isso
que fizeram: tiraram Zelaya
porque ele queria mudar a
Constituição para aprovar a
reeleição, vetada pela Carta. O
deposto, porém, havia proposto formalmente um referendo
para convocar uma Assembleia
Constituinte que, se aprovada e
instalada, instauraria novo regime jurídico no país.
Com 44%, os brasileiros também lideram o ranking dos que
concordam com a frase: "Quando há uma situação difícil, tudo
bem passar por cima das leis".
"Os dados do Brasil são contraditórios. O apoio da democracia convive com índices altos de apoio a atitudes autoritárias", aponta Marta Lagos, diretora do Latinobarómetro.
Os resultados brasileiros
também mostram que o país
está menos certo de que é necessário haver um Congresso
para que haja democracia. Na
região, a taxa é de 57%, contra
55% em 2008. No caso do Brasil, o índice caiu de 50% no ano
passado para 45% agora.
É no país também que a percepção da corrupção é mais alta: 34% dos brasileiros souberam de casos de corrupção nos
últimos 12 meses, contra 13%
na média dos 18 países.
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