São Paulo, domingo, 12 de dezembro de 2010

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ONGs criticam a suposta confissão de Sakineh na TV

Entrevista na qual mulher apresentada como iraniana diz ter participado de crime foi ao ar anteontem à noite

Anistia Internacional diz que réus têm direito de não se incriminar; já ONG antiapedrejamento diz ter havido tortura

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A transmissão pela TV estatal do Irã de entrevista com uma mulher identificada como Sakineh Mohamadi Ashtiani confessando ter participado da morte de seu marido recebeu críticas de ONGs.
Em comunicado, a Anistia Internacional disse "condenar com a maior firmeza" a utilização da "confissão" no processo em que ela é ré.
Na entrevista que foi ao ar na noite da última sexta-feira, a suposta Sakineh afirma ter aplicado injeção em seu marido para que ele perdesse a consciência e fosse eletrocutado por outro homem.
A Anistia acusa a peça de "farsa" e ressalta que "os padrões internacionais garantem direito [ao réu] de não produzir provas contra si".
Já o Comitê Internacional contra o Apedrejamento afirmou que a "confissão" de Sakineh foi produzida "de maneira forçada e sob tortura".
Sakineh, 43, foi condenada à morte em 2006 por apedrejamento pelos crimes de adultério e prática de "relações ilícitas" com o autor do assassinato do seu marido.
Relatos dão conta ainda de uma terceira acusação, relativa a uma suposta coautoria do crime. O processo passa por revisão da Suprema Corte por suposta irregularidade.

ALARME FALSO
Na última quinta, a soltura de Sakineh -cujo caso atraiu atenção internacional-, de seu filho e de dois jornalistas alemães presos em outubro enquanto o entrevistavam chegou a ser anunciada por ativistas que seguem o caso.
A informação foi, no entanto, negada pela TV estatal iraniana. O alarme falso foi atribuído à saída da suposta Sakineh da prisão justamente para a gravação da entrevista transmitida anteontem.


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