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IRAQUE OCUPADO
Ex-secretário do Tesouro americano acusou Bush de ter planejado a invasão desde que assumiu a Presidência
Casa Branca nega acusação de O'Neill sobre a guerra
DA REDAÇÃO
A Casa Branca e o premiê britânico, Tony Blair, negaram que
Washington tivesse a intenção de
promover a guerra contra o Iraque ao invés de resolver as divergências com Bagdá pacificamente. As declarações rebatem afirmações feitas no fim de semana
pelo ex-secretário do Tesouro
americano Paul O'Neill, que acusou George W. Bush de ter planejado a Guerra do Iraque desde
que assumiu o poder, em 2001.
"O presidente exauriu todos os
meios possíveis para resolver a
questão pacificamente", disse o
porta-voz da Casa Branca, Scott
McClellan, para quem as afirmações do ex-secretário "parecem
mais uma justificativa para opiniões próprias".
O porta-voz também rechaçou
a declaração de O'Neill sobre
Bush parecer desorientado em
suas reuniões de gabinete. "Bush
é um líder forte que age decisivamente sobre nossas prioridades."
Sobre o mesmo assunto, o secretário do Comércio, Don Evans,
também defendeu o presidente,
dizendo ao canal de TV CNN que
ele "apenas aprecia o debate".
Por meio de um porta-voz, o
premiê Tony Blair, o maior aliado
internacional de Bush, afirmou
que "ninguém deve duvidar da
séria intenção da coalizão de resolver a questão pacificamente".
"A decisão de começar um conflito foi tomada depois de ficar claro
que não havia meio de obter uma
segunda resolução [na ONU] sobre o Iraque", declarou.
O'Neill, que deu entrevista no
fim de semana ao programa "60
Minutes", da CBS, afirmou que
desde o começo de seu governo
Bush estava convencido que Saddam Hussein tinha de deixar o
governo do Iraque. Ele também
disse nunca ter visto nenhuma
prova do suposto arsenal proibido iraquiano, citado pela coalizão
como razão para a guerra, e declarou que o tom de uma das reuniões de governo de que participou sobre o tema era de "achar
uma justificativa para a guerra".
O'Neill é a principal fonte do livro "The Price of Loyalty: George
W. Bush, the White House and
the Education of Paul O'Neill" ("o
preço da lealdade: George W.
Bush, a Casa Branca e a educação
de Paul O'Neill"), de Ron Suskind, a ser lançado nesta semana.
O Departamento do Tesouro
anunciou que pedirá uma investigação oficial para apurar se houve
violação de segredos de governo
no depoimento do ex-secretário e
na apresentação, por ele, de documentos oficiais usados no livro.
Conhecido por suas declarações
controversas, O'Neill deixou o Tesouro em dezembro de 2002 a pedido do presidente, insatisfeito
com a condução da política econômica. Sua saída foi comemorada pelo mercado financeiro, inclusive no Brasil -alvo de um de
seus comentários mais desastrosos, o de que o dinheiro emprestado pelo FMI (Fundo Monetário
Internacional) ao país era desviado para contas na Suíça.
Com agências internacionais
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