|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sabatina de Hillary no Senado esclarecerá posição de Obama
Sessão de hoje romperá quase-silêncio do presidente eleito sobre conflito em Gaza
São cotados como enviados do novo governo a Oriente Médio e Irã e a Afeganistão e Paquistão Dennis Ross e Richard Holbrooke
DE WASHINGTON
A quase-ausência de Barack
Obama no debate sobre o conflito em Gaza será interrompida a partir das 9h30 locais de
hoje (12h30 de Brasília). Nesse
horário, o Comitê de Relações
Exteriores do Senado começa a
audiência para confirmação do
nome de Hillary Clinton como
futura secretária de Estado.
Rosto para o mundo da política externa do presidente eleito, a ex-primeira-dama será sabatinada sobre as posições do
próximo governo em relação
aos temas mais prementes da
agenda, a começar pelo conflito
no Oriente Médio.
Mas terá de se posicionar
também quanto ao Irã, que voltou à berlinda com o desenrolar
dos acontecimentos em Gaza
-o regime dos aiatolás é acusado de fornecer armas ao Hamas
e, anteontem, o "New York Times" publicou reportagem segundo a qual os EUA teriam
dissuadido Israel de bombardear instalações de enriquecimento de urânio naquele país.
Na ocasião, Hillary poderá
confirmar o nome dos diplomatas Dennis Ross e Richard
Holbrooke como enviados especiais a, respectivamente, o
Oriente Médio e Irã e ao Afeganistão e Paquistão. O clima será
cordial, mas o governo de transição se prepara para um questionamento duro.
Afinal, no comando do outro
lado da mesa estarão dois políticos que um dia sonharam estar na posição inversa. O presidente do comitê, o democrata
John Kerry, fez campanha
aberta pela indicação ao cargo
que acabou com Hillary.
Já Richard Lugar, o republicano mais graduado, encabeçou por um bom tempo a lista
de possíveis futuros chanceleres do presidente eleito. Nos últimos dias elogiou Hillary, dizendo que seu nome é "forte"
para a pasta.
Ainda assim, o veterano senador prometeu citar já em seu
discurso de abertura da sessão
uma das polêmicas a cercar a
confirmação da candidata: o
potencial conflito de interesses
representado pela figura do
marido de Hillary, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).
À frente de uma fundação
que vive em grande parte da
contribuição de governos e empresas estrangeiros, ele aceitou
as condições do comando obamista e divulgou a lista de seus
doadores. Hillary jantaria ontem com a atual chanceler,
Condoleezza Rice.
(SÉRGIO DÁVILA)
Texto Anterior: No rádio, Lula volta a defender retomada de grupo de Annapolis Próximo Texto: Eleito promete um "novo capítulo" nas relações com a AL Índice
|