São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2009

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Sabatina de Hillary no Senado esclarecerá posição de Obama

Sessão de hoje romperá quase-silêncio do presidente eleito sobre conflito em Gaza

São cotados como enviados do novo governo a Oriente Médio e Irã e a Afeganistão e Paquistão Dennis Ross e Richard Holbrooke

DE WASHINGTON

A quase-ausência de Barack Obama no debate sobre o conflito em Gaza será interrompida a partir das 9h30 locais de hoje (12h30 de Brasília). Nesse horário, o Comitê de Relações Exteriores do Senado começa a audiência para confirmação do nome de Hillary Clinton como futura secretária de Estado.
Rosto para o mundo da política externa do presidente eleito, a ex-primeira-dama será sabatinada sobre as posições do próximo governo em relação aos temas mais prementes da agenda, a começar pelo conflito no Oriente Médio.
Mas terá de se posicionar também quanto ao Irã, que voltou à berlinda com o desenrolar dos acontecimentos em Gaza -o regime dos aiatolás é acusado de fornecer armas ao Hamas e, anteontem, o "New York Times" publicou reportagem segundo a qual os EUA teriam dissuadido Israel de bombardear instalações de enriquecimento de urânio naquele país.
Na ocasião, Hillary poderá confirmar o nome dos diplomatas Dennis Ross e Richard Holbrooke como enviados especiais a, respectivamente, o Oriente Médio e Irã e ao Afeganistão e Paquistão. O clima será cordial, mas o governo de transição se prepara para um questionamento duro.
Afinal, no comando do outro lado da mesa estarão dois políticos que um dia sonharam estar na posição inversa. O presidente do comitê, o democrata John Kerry, fez campanha aberta pela indicação ao cargo que acabou com Hillary.
Já Richard Lugar, o republicano mais graduado, encabeçou por um bom tempo a lista de possíveis futuros chanceleres do presidente eleito. Nos últimos dias elogiou Hillary, dizendo que seu nome é "forte" para a pasta.
Ainda assim, o veterano senador prometeu citar já em seu discurso de abertura da sessão uma das polêmicas a cercar a confirmação da candidata: o potencial conflito de interesses representado pela figura do marido de Hillary, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).
À frente de uma fundação que vive em grande parte da contribuição de governos e empresas estrangeiros, ele aceitou as condições do comando obamista e divulgou a lista de seus doadores. Hillary jantaria ontem com a atual chanceler, Condoleezza Rice.
(SÉRGIO DÁVILA)



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