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Terremoto de grande magnitude atinge Haiti
Tremor alcançou 7 graus na escala Richter; embaixador haitiano nos EUA anuncia "catástrofe de grandes proporções"
Médico fala em "centenas" de vítimas; hospitais, sede de missão da ONU e palácio da Presidência estão entre os prédios que foram destruídos
DA REDAÇÃO
Um terremoto de grande
magnitude atingiu ontem o
Haiti logo depois das 17h locais,
provocando o colapso de uma
série de edificações na capital,
Porto Príncipe, e um número
-até o fechamento desta edição- indefinido de mortes, de
acordo com testemunhas.
Segundo uma TV local, o Palácio Presidencial ruiu, mas o
embaixador haitiano nos EUA,
Raymond Joseph, garantiu que
o presidente René Préval e a
primeira-dama estão bem. Ele
qualificou o tremor de "catástrofe de grandes proporções".
Segundo o Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA, o primeiro e maior sismo chegou a 7
graus na escala Richter e teve o
epicentro a cerca de 15 km da
capital e 8 km de profundidade.
O tremor inicial foi seguido de
dois outros de 5,9 e 5,5 graus.
O secretário-geral-adjunto
da ONU para as Operações de
Manutenção de Paz, disse que a
sede da Minustah (missão de
estabilização do Haiti comandada pelo Brasil) "sofreu sérios
danos, assim como outras instalações da ONU" e que "um
grande número de pessoal da
ONU está desaparecido". Um
funcionário da ONU no Haiti
disse à France Presse que vários membros da missão estavam soterrados.
Até ontem à noite, não havia
informações sobre o número
de mortes ou a extensão dos danos materiais no país. A Folha
tentou contato com oficiais
brasileiros e organizações internacionais no Haiti, mas não
teve sucesso.
O terremoto chegou a provocar alerta de tsunami nos países do Caribe -depois retirado.
À noite, Cuba realizava evacuações preventivas na costa leste,
onde o terremoto foi sentido.
Relatos de testemunhas ouvidas por agências de notícias
davam conta de um cenário de
horror e destruição em Porto
Príncipe, que com cerca de 2
milhões de habitantes é a principal cidade do país mais pobre
das Américas, com prédios em
ruína, inclusive um hospital e
várias sedes de ministérios, e
pessoas gritando por socorro.
A diretora da ONG Haitiano-americanos Unidos pelo Progresso, de Nova York, Elsie St.
Louis Accilien, disse ao jornal
"New York Times" ter falado
com o diretor do hospital atingido na cidade. Segundo ela, as
pessoas estavam "presas" no
edifício, mas em boa condição.
Segundo um habitante da capital ouvido pela France Presse, "o centro de Porto Príncipe
está destruído, é uma catástrofe". E um médico disse que as
mortes chegam às "centenas".
Potencial de destruição
O analista Don Blakeman, do
centro americano de tremores,
disse à Associated Press que
um tremor dessas proporções
tem potencial para provocar
grande destruição. "Acho que
ainda veremos substanciais danos e número de mortos."
Segundo ele, além dos ao menos dois tremores subsequentes sentidos, novos sismos deveriam ocorrer.
O tremor foi sentido também
na República Dominicana, país
que divide a ilha de Hispaniola
com o Haiti.
Para o também analista do
centro geológico dos EUA David Wald, o tremor "é o maior
na região em 250 anos". O último de grande magnitude nos
arredores ocorrera em 1984, de
6,7 graus na escala Richter.
Com "New York Times" e agências internacionais
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