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Pós-Obama, negros estão mais otimistas quanto ao futuro
Pesquisa divulgada ontem mostra também que
a avaliação do presidente é pior entre os brancos
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Os negros americanos estão
mais otimistas em relação ao
seu progresso no país, à redução de diferenças de padrão de
vida e ao futuro, revela pesquisa divulgada ontem pelo Centro de Pesquisas Pew. Segundo
o estudo, a eleição do primeiro
presidente negro dos EUA, Barack Obama, foi um dos fatores
responsáveis pela mudança na
percepção dos americanos.
Em 2007, 20% dos negros
afirmavam estar melhor do que
há cinco anos. Em 2009, esse
patamar mudou para 39%. Esse
crescimento é o maior já registrado nos últimos 25 anos.
Da mesma forma, o percentual de entrevistados que avaliam que o futuro para os negros americanos será melhor
saltou de 44% para 53% no
mesmo período.
Um dos resultados mais surpreendentes da pesquisa se refere à diferença de padrão de vida entre negros e brancos.
Atualmente, 56% afirmam que
a distância diminuiu, mas indicadores econômicos como o
percentual da renda média dos
negros em relação ao dos brancos mostram que a avaliação
não se sustenta. Em 2000, a
renda média familiar dos negros correspondia a 64,8% da
renda dos brancos. Em 2008, o
percentual caiu para 61,8%.
Diferenças econômicas à
parte, 60% dos negros e 70%
dos brancos afirmam que, nos
últimos dez anos, os valores dos
dois grupos se tornaram mais
parecidos.
A avaliação do presidente é
um dos pontos de divergência
mais marcantes entre brancos
e negros. No geral, o percentual
de entrevistados com opinião
favorável em relação a Obama
caiu de 79% em janeiro de 2008
para 65% em novembro do ano
passado. O resultado mostra
uma tendência semelhante ao
que foi visto na pesquisa do instituto Gallup, em que a aprovação ao trabalho do presidente
caiu de 68% para 50% no começo deste ano.
Os dados mostram que a decepção com o presidente foi
maior entre os brancos. De
abril a novembro do ano passado, o percentual de negros com
opinião favorável em relação a
Obama caiu de 96% para 95%.
Entre os brancos, o percentual
passou de 66% para 56%.
Os dois grupos divergem até
mesmo sobre a cor do presidente. Apenas 24% dos brancos
dizem que Obama é negro. Entre os negros, esse percentual
sobe para 55%.
Com a melhora na percepção
dos negros nos EUA tanto em
aspectos sociais como econômicos, a pesquisa revela que os
latinos são o grupo mais citado
quando se fala em discriminação -são mencionados por
23%, contra 18% dos negros.
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