São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Palin utiliza vídeo para rebater críticas depois de tiroteio

Ex-candidata a vice republicana havia sido acusada de acirrar divisão política nos EUA com propagandas

No entanto, uso de termo antissemita em emissão acaba por colocá-la novamente no centro da controvérsia

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Para se defender das críticas sofridas pelo tiroteio em Tucson, no Arizona, Sarah Palin usou o seu caminho favorito, a internet, mas nem assim conseguiu fugir de nova controvérsia.
Em vídeo postado na sua página no Facebook, a ex-candidata republicana a vice-presidente dos EUA classificou de "irresponsável" e de "libelo de sangue" a ligação entre o discurso político e o ataque que matou seis pessoas no sábado.
Segundo Palin, atos de "criminalidade monstruosa começam e terminam com os criminosos que os cometeram, e não coletivamente com todos os cidadãos de um Estado, não com aqueles que escutam programas de entrevista no rádio".
O uso da expressão "libelo de sangue", porém, foi criticado por diversos grupos, especialmente judeus, e acabou ganhando mais espaço que a defesa de Palin.
A expressão é usada, principalmente por grupos antissemitas, para disseminar a ideia de que judeus usam sangue (muitas vezes de crianças) em seus rituais.
As críticas contra Palin começaram poucas horas depois do tiroteio de sábado, que teve, entre seus 14 feridos, a deputada democrata Gabrielle Giffords.
Isso porque, em 2010, ela publicou propaganda em que deputados que votaram a favor do projeto de reforma da saúde aparecem com um símbolo de tiro ao alvo. Giffords era um dos 20 que tiveram seus nomes citados.
Além disso, o tom mais agressivo adotado pela ex-governadora do Alasca vem sendo criticado, especialmente pelos democratas, que afirmam que ele ajuda a ampliar o clima de divisão política no país.

OBAMA
O presidente dos EUA, Barack Obama, participaria na noite de ontem em Tucson (Arizona) de uma homenagem às vítimas do tiroteio.
Na chegada ao Estado, ele visitou o hospital onde estão os feridos no ataque.
Até o fechamento desta edição, o evento não tinha começado nem o conteúdo do discurso de Obama havia sido divulgado.
A expectativa era a de que o discurso durasse 20 minutos e ficasse centrado nas vítimas, e não em política.
O objetivo é unir o país, repetindo o que alguns de seus antecessores obtiveram em momentos de crise.
O momento vivido por Obama é comparado às situações enfrentadas por Ronald Reagan, após a explosão da nave Challenger, em 1986, Bill Clinton, no atentado em Oklahoma City, em 1995, e George W. Bush, no 11 de Setembro.

MAIS DETALHES
Ontem foi revelado que o atirador Jared Loughner, 22, foi parado pelas autoridades em Tucson pouco mais de duas horas antes do ataque por passar o sinal vermelho com seu carro.
Loughner, porém, logo foi liberado para continuar a dirigir, já que não havia nenhum mandado contra ele. Já Giffords, segundo os médicos, continua a mostrar melhora, fazendo agora "movimentos espontâneos". Ela foi atingida na cabeça.

FOLHA.com
Veja o vídeo de Palin
folha.com/mm859488


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