DA REDAÇÃO

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) declarou ontem que a Coréia do Norte está violando normas das Nações Unidas sobre proliferação nuclear, enviando a questão da reativação do programa nuclear do país ao Conselho de Segurança (CS).
O CS tem poder de adotar sanções contra a Coréia do Norte. O país já afirmou que as consideraria uma "declaração de guerra". Os EUA afirmaram que pedirão sanções imediatas ao CS, mas que seguirão buscando uma solução diplomática para a crise.
O chefe da AIEA, o egípcio Mohamed El Baradei, porém, se disse contrário à adoção imediata de sanções. "A mensagem é que queremos fazer uso de todas as opções disponíveis no Conselho de Segurança para encontrar uma solução diplomática", disse. A AIEA é ligada à ONU.
Apesar disso, El Baradei disse que a comunidade internacional deve ter um enfoque de "tolerância zero" com as violações às normas da ONU, tanto no caso coreano quanto no iraquiano.
"É muito importante que a comunidade internacional lide com todos os casos de violação à não-proliferação de uma maneira consistente", afirmou.
"Se é o Iraque ou a Coréia do Norte, devem ser tratados com o mesmo enfoque: tolerância zero." El Baradei classificou os casos dos dois países de "preocupantes", mas afirmou que eles tinham "diferenças em termos de contexto".
Até agora, a AIEA vinha evitando declarar que a Coréia do Norte violava as normas da ONU, em parte por deferência aos EUA, que tentam minimizar a questão enquanto se preparam para um possível ataque ao Iraque.
No dia 6 de janeiro, a AIEA havia votado por dar à Coréia do Norte uma última chance de readmitir os dois inspetores da ONU expulsos no final do ano passado.
Pyongyang respondeu chamando a agência de "instrumento de Washington" e El Baradei de "a garra do gato dos EUA".