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Netanyahu assume dianteira para formar o novo governo israelense
Ex-premiê oferecerá Chancelaria e Defesa a partido da rival Tzipi Livni, diz jornal
DA REDAÇÃO
As articulações políticas para
a formação do próximo governo de Israel apontavam ontem
para um gabinete liderado por
Binyamin Netanyahu. Segundo
o jornal "Haaretz", o líder do direitista Likud deverá oferecer o
Ministério das Finanças ao ultranacionalista Israel Beitenu e
a Chancelaria e a Defesa ao Kadima, tirando a rival Tzipi Livni
da disputa pelo posto de primeiro-ministro.
A Comissão Eleitoral de Israel confirmou ontem que o
centrista Kadima, do atual premiê, Ehud Olmert, e de Livni,
obteve 28 assentos no Parlamento, e o Likud, 27. Embora a
atual chanceler afirme que não
desistiu de formar um gabinete, analistas dão como decidida
em favor do ex-premiê direitista a disputa entre ambos.
Netanyahu atua para consolidar uma coalizão até a próxima semana, quando o presidente Shimon Peres apontará,
após consultas, a pessoa mais
indicada para liderar o governo.
Se for mesmo designado para
formar o gabinete, será a primeira vez que o partido mais
votado não terá o premiê.
Após a decisão de Peres, o escolhido terá 42 dias para oficializar uma coalizão, formada por
ao menos 61 dos 120 assentos
no Parlamento. O Likud e os
demais partidos de direita obtiveram 65 cadeiras, contra 55 do
Kadima e siglas de centro-esquerda, incluído o Partido Trabalhista, que perdeu seis assentos e ficou com apenas 13.
Mas, ao "Haaretz", Netanyahu afirmou desejar um governo
de união nacional e exortou os
partidos de oposição a deixar
de lado suas diferenças políticas em prol de Israel. "Direi aos
outros partidos: "Se estão comprometidos com o interesse nacional, abdiquem de seus interesses políticos e integrem um
governo sob minha liderança"."
De acordo com o jornal israelense, a investida do ex-premiê
sobre o Kadima consiste em
manter Livni no atual posto e
oferecer a Defesa, atualmente
ocupada por Ehud Barak, do
Partido Trabalhista, a Shaul
Mofaz. Trabalhistas disseram a
Barak que não integrarão um
governo de Netanyahu, e o partido deverá ir para a oposição.
Após encontro anteontem
com Avigdor Liberman, líder
do laico Israel Beitenu -que
obteve 15 assentos, a terceira
bancada-, Netanyahu reuniu-se ontem com os partidos da direita religiosa. Liberman, que
reuniu-se também com Livni,
afirmou já ter decidido quem
apoiará, mas não quis revelar.
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, promove campanha internacional para isolar diplomaticamente um governo de
Israel liderado por Netanyahu.
Para Abbas, do laico Fatah,
um gabinete liderado pelo ex-premiê linha-dura deve ter o
mesmo tratamento dispensado
ao grupo islâmico rival Hamas,
que não é reconhecido como
interlocutor legítimo por Israel, Estados Unidos e União
Europeia.
Com agências internacionais
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