São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

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IGREJA

Papa recebe judeus e diz que negar Holocausto é intolerável

DO "NEW YORK TIMES", NA CIDADE DO VATICANO
Em um esforço de reconciliação após ter revertido a excomunhão de um bispo que nega o Holocausto, o papa Bento 16 declarou ontem em uma reunião com líderes judaicos que a Igreja Católica tem "um compromisso profundo e irrevogável" com a rejeição ao antissemitismo.
Ele condenou a negação do Holocausto como "intolerável", sobretudo para o clero, e disse que deve estar claro que o extermínio de judeus se tratou de "um crime contra Deus e a humanidade".
Em discurso a uma delegação de 60 representantes da conferência de líderes judaicos dos EUA, Bento 16 anunciou ainda que planejava ir a Israel. Segundo o Vaticano, a expectativa é que a viagem aconteça em maio.
Muitos dos membros da delegação reagiram de forma positiva. O rabino Arthur Schneier classificou as declarações como "um passo maravilhoso para sanar um tremendo problema". Mas houve quem pedisse mais. Para Abraham Foxman, diretor da Liga de Antidifamação, Bento 16 deve voltar a excomungar o bispo polêmico.
As declarações do papa ontem estão entre as mais fortes nas últimas semanas.
O esforço visa reverter a indignação despertada pelo pontífice ao reabilitar Richard Williamson, excomungado em 1988 por ter sido consagrado pela Sociedade São Pio 10. O grupo foi fundado em rejeição às reformas do Concílio Vaticano 2º, como a absolvição dos judeus contemporâneos por responsabilidade na crucificação de Cristo.
Williamson declarou em entrevista em janeiro que as câmaras de gás nazistas jamais existiram e que o número de judeus mortos no Holocausto foi de apenas algumas centenas de milhares.
Bento 16 afirmou que havia cancelado as excomunhões como gesto de "compaixão", para ajudar a sanar o único cisma formal na Igreja Católica. O Vaticano afirma agora que o bispo Williamson precisa se retratar antes de voltar ao clero.


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