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Líder supremo alerta inimigos do governo
DA REDAÇÃO
O líder supremo do Irã,
aiatolá Ali Khamenei, elogiou ontem o comparecimento em massa nas manifestações oficiais organizadas na véspera pelo governo
para celebrar o 31º aniversário da Revolução Islâmica e
alertou o Ocidente para que
"deixe de colocar obstáculos" no caminho do Irã.
As declarações de Khamenei, que detém a palavra final
sobre todos os assuntos do
país, visavam transmitir à
oposição e às potências ocidentais o recado de que o governo iraniano é respaldado
pela população.
Em mensagem transmitida pela TV estatal, Khamenei
agradeceu às "dezenas de milhões" de pessoas que foram
às ruas e destacou que a mobilização mostra a força do
povo iraniano.
Khamenei disse que os
atos de anteontem servem de
alerta para os "inimigos domésticos e os grupos que dizem representar o povo".
"Os últimos 31 anos não
são suficientes para convencer alguns poucos e arrogantes Estados a deixar seus esforços inúteis de dominar essa nação islâmica", disse
Khamenei, numa clara referência à pressão das potências para que Teerã suspenda
seu programa nuclear, que
tem amplo respaldo inclusive nas fileiras oposicionistas.
Paralelamente às manifestações governistas, houve
dezenas de protestos em todo o país anteontem. A oposição manteve a tática de
usar grandes datas nacionais
para externar sua raiva contra o governo -que aplicou
no mês passado as duas primeiras penas de morte por
envolvimento nos protestos
que sucederam a reeleição
do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho.
Autoridades responderam
aos protestos de anteontem,
com firmeza, embora as manifestações tenham sido menos violentas que as de dezembro, quando oito pessoas
morreram em confrontos
com a polícia e centenas foram detidas em todo o país.
Policiais entraram em
confronto com ativistas da
oposição, lançando bombas
de gás lacrimogêneo para
dispersá-los e detendo centenas deles. Milicianos pró-governo impediram o líder
da oposição, Mir Hossein
Mousavi, de participar de
uma manifestação. Agentes
do regime também atacaram
o carro de outro opositor,
Mahdi Karoubi.
Autoridades também reduziram o acesso à internet e
o uso de telefones celulares
para atrapalhar a mobilização oposicionista. A mídia
estrangeira só foi autorizada
a cobrir os atos oficiais.
Com agências internacionais
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