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"EIXO DO MAL"
Às vésperas de resolução do Conselho de Segurança da ONU, Teerã diz que proposta russa já não interessa
Irã descarta transferir programa para Rússia
DA REDAÇÃO
O Irã descartou ontem a possibilidade de transferir seu programa de enriquecimento de urânio
para a Rússia, conforme proposta
deste país, e disse, ao contrário,
que poderá aumentar as atividades nucleares em seu território.
"A proposta russa não está mais
na nossa agenda", disse o porta-voz da Chancelaria iraniana, Hamid Reza Asefi. "As circunstâncias mudaram. Temos de esperar
e ver como as coisas sairão com os
cinco países com veto [membros
permanentes do Conselho de Segurança da ONU]", acrescentou.
Os cinco membros permanentes do CS -Rússia, Reino Unido,
França, EUA e China- devem
definir nesta semana o texto da
resolução a ser adotada em relação ao Irã, remetido ao conselho
pela AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica). Teerã afirma que seus fins são pacíficos,
mas os EUA e países europeus o
acusam de tentar desenvolver
uma bomba.
Tanto a Rússia quanto a União
Européia vinham defendendo, até
o último momento, uma saída diplomática para o impasse. Entre
outras medidas, o CS pode impor
a aplicação de sanções políticas e
econômicas ao Irã.
"Não temos medo do Conselho
de Segurança. O que é importante
para nós é defender nossos direitos legítimos. O Irã é um país poderoso e é capaz de defender seus
interesses", disse Asefi.
Em Moscou, Konstantin Kosachev, presidente da comissão de
assuntos internacional da Duma
(a Câmara Baixa do Parlamento
russo), criticou duramente Teerã,
afirmando que a decisão pode
provocar uma "radicalização" das
discussões dentro do CS.
A iniciativa causa "pesar e desapontamento, já que destrói a última chance real de um acordo",
declarou Kosachev, segundo
agências de notícias russas.
O parlamentar russo disse ainda
que aparentemente o Irã havia
usado a proposta russa apenas
"para criar a ilusão de negociações e adiar ser remetido ao CS".
O porta-voz da Chancelaria, Mikhail Kamynin, disse que o Kremlin iria se pronunciar após ser formalmente informado da decisão.
A proposta de Moscou de que o
Irã enriquecesse urânio dentro do
território russo tinha o apoio dos
EUA e da União Européia, que a
viam como uma forma de garantir que o programa iraniano tivesse monitoramento internacional.
Petróleo
Autoridades iranianas recuaram ontem na ameaça de usar petróleo como uma arma de política
externa caso o CS decidisse impor
sanções contra o país.
A ameaça havia sido feita no dia
anterior pelo ministro do Interior
iraniano, Mostafa Pourmohammadi. O Irã é o segundo maior
produtor membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
"A República Islâmica do Irã está determinada em continuar fornecendo petróleo como uma fonte eficaz e confiável de energia e
não usará o petróleo como um
instrumento de política externa",
afirmou o chanceler Manouchehr
Mottaki.
Com agências internacionais
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